Petróleo III - Cavaco e o xadrez politico africano
Que se espera de Cavaco Silva? Os labirintos da alta-politica são sinuosos e complexos, mas espera-se que use todo o peso da sua nova influência para encorajar as “kakocracias” lusófonas no relacionamento com Belém, sob uma perspeciva neo-colonial
sintetizando Carlos Pacheco no Público (17/Fevereiro):
CSilva, sendo amigo pessoal de alguns chefes de Estados africanos (entre eles o vitalicio José Eduardo dos Santos -Zedu), decerto irá ajudar o Executivo a incrementar essas relações e elevá-las a um nivel nunca antes visto. “Acredito neste prognóstico, todavia recuso-me a imaginar que o presidente eleito venha a dar os mesmos passos que deu enquanto primeiro-ministro. A forma expontânea como ele mesclou, por exemplo, a sua posição de alto dirigente português com os interesses e a politica do MPLA e do seu governo é uma lembrança que guardo apreensivo. Para quem não se recorda, em Setembro de 1991 Csilva participou no Luena (Moxico) de um comicio organizado pelo partido de Zedu, onde deixoi claro o seu apoio oficial a um dos signatários do acordo de paz de Bicesse, mediado por Portugal. Foi uma época em que Angola conheceu um alivio passageiro nos furores da guerra. Ainda assim, o medo cirandava por todos os becos das cidades, o cheiro a pólvora misturava-se com os velhos ódios secretados pelo MPLA e pela UNITA. No ar pairavam muitas incertezas, a paz parecia irreal. Quem lá viveu, sabe do que estou a falar. Como é evidente, o gesto de Csilva não podia ter sido mais infeliz nessa circunstância: foi anti-convencional em termos de representação de um Estado estrangeiro. Caiu muito mal na maioria da população que não se identificava com o MPLA, e tambem entre os lideres partidários. Pior: aprofundou nos angolanos as suas discórdias e contribuiu para adensar sombras de desconfiança quanto à seriedade e isenção de Portugal no no processo de paz”.
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