“variações infímas podem alterar irreversivelmente o padrão dos acontecimentos” Uma simples mistificação dos economistas americanos, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias, cientificamente dada a conhecer á Humanidade por Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos.

terça-feira, janeiro 16, 2007

o Preço (in)Certo – as piruetas neoliberais pelo lado do anti-valor

Se Adam Smith (1723-1790) errou, ui ui, Marx então que, (segundo os(neo)Liberais, sem apontar qualquer ruptura nem dialéctica de evolução) foi um seu seguidor,,, desse nem falam; Vale a pena seguir-lhes o raciocinio: segundo Carl Menger, William Jevons e Léon Walras (quem?) a razão que leva a que as respostas dos “concorrentes” assumam valores de preços díspares para as mesmas mercadorias ou serviços é provavelmente o carácter subjectivo que o valor dos produtos tem para os individuos. Diferentes concorrentes tenderão a avançar com diferentes estimativas de preços do mesmo produto em parte como reflexo da diferente valorização que eles lhes atribuem – essa disparidade de preços é causada pela diferença de informação. Sendo assim, estas diferenças convertem-se em “oportunidades de negócio” para os intermediários e, os parasitas que se alimentam da ignorância alheia - funcionam como formigas que ao comprar onde é mais barato e vender onde é mais caro, regulam a equalização dos preços. Logo, o carácter utópico de calcular e controlar toda esta dinâmica dos preços derivada da complexidade da informação e a incerteza daí decorrente seria um dos grandes argumentos contra a planificação central em que o Estado assume um papel director da economia.

Algumas objecções:

1 – Os Liberais consideram as trocas comerciais como um estado natural que mais não são do que o resultado da reunião de individuos puramente egoistas, e ao mesmo tempo perfeitamente autónomos movidos pelo interesse pessoal de cuja actividade conjunta resultariam beneficios para toda a sociedade. Tudo isto se passaria ad-nihil, sem qualquer referência à propriedade dos meios de produção. Se a “riqueza das socidades em que reina o modo capitalista de produção se anuncia como uma “imensa acumulação de mercadorias”, como constata Marx na abertura de O Capital, é sobretudo e essencialmente porque as condições tanto subjectivas (as forças de trabalho) como objectivas (os meios de produção) do trabalho social em si mesmo se transformaram em mercadorias. Isto pressupõe, como Marx demonstra longamente, a expropriação dos produtores e a sua redução ao estatuto de “trabalhadores livres”, não tendo outra escolha que não seja de venderem a única coisa de que ainda são proprietários, isto é, a sua força de trabalho. Dito de outro modo, é nas relações de produção que jaz o segredo da formidável expansão da esfera da circulação comercial que caracteriza o capitalismo e de que este se orgulha: a segunda não é mais do que a aparência sob a qual se manifestam as primeiras.

2 – Marx teorizou sobre o trabalho alienado e a fetichização das mercadorias. Ambas conduzem ao consumo supérfluo induzido (pela publicidade e marketing) do que é necessário para engordar os intermediários em detrimento da produção dos bens essenciais que ficam inacessiveis a vastas camadas da população com direitos civicos e económicos adquiridos – e que não podem ser considerados desprezivelmente como meros “consumidores”

Leitura aconselhada: “O Erro fundamental de Adam Smith”, no LeMonde Diplomatique
http://www.monde-diplomatique.fr/2006/11/BIHR/14162

a Miséria da Economia
http://esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt/2566.html

 
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