Rui Tavares:
“Durão n“A medida de todas as coisas”
“O memorando de Downing Street, publicado pelo Times em 2005, demonstra que quase um ano antes da guerra George W. Bush já tinha decidido invadir o Iraque. As informações e os factos iriam ser “amanhados” (fixed around no original) para justificar a decisão. Os seus aliados britânicos sabiam. As actas da reunião de Crawford entre Bush e Aznar, que o El País publicou recentemente, demonstram que um mês antes da guerra Bush recusara a ideia de Saddam abdicar e exilar-se no Egipto.
Aznar sabia. (e orgulhosamente tem propagandeado que a decisão colocou a Espanha na primeira linha das potências mundiais)
segundo Barroso: “Portugal não tem que estar arrependido do apoio à invasão do Iraque. Porquê? Porque “não perdeu nada com isso”. Não perdeu o quê: honestidade, credibilidade, autoridade moral? Nada de tais coisas; foi a nossa “imagem” que não sofreu. E como sabemos que a nossa “imagem” não sofreu? Porque a carreira de Durão o “demonstra”. Esta é a mais pura inversão moral (…) os portugueses não devem preocupar-se com isso, porque Durão Barroso veio depois a ser nomeado para um cargo importante. Mais alguma coisa interessa?”
Ao centrar o mal do sistema numa pessoa, (ou no grupo restrito Bush, Blair, Aznar, Barroso), funcionamento como o opositor que é atraído pelo objecto que importa, Rui Tavares, a nova coqueluche intelectual da esquerda consentida, dá plena razão a Ezra Pound quando afirmou que se “pode reconhecer um mau crítico porque ele começa por falar do poeta e não do poema”. Teria Rui Tavares a mesma visibilidade mediática se, com o seu talento, insistisse em criticar e demolir o sistema em vez de se limitar a demolir os agentes temporários do poder?
É importante que se saiba que, mudando Bush por Hillary (ou por quem for), o sistema (do novo) capitalismo manterá intacto todo o potencial de devastação social porquanto, embora mudando de discurso, ou até de paradigma, a exploração imperialista manter-se-á. Fundada na mesma exploração da força de trabalho e pelo mesmo consumo alienante fomentado pelas classes dominantes.
0 Comments:
Enviar um comentário
<< Home