“variações infímas podem alterar irreversivelmente o padrão dos acontecimentos” Uma simples mistificação dos economistas americanos, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias, cientificamente dada a conhecer á Humanidade por Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos.

quinta-feira, julho 27, 2006

sob o titulo "Guerra no Médio Oriente"

o “Publico de 26/7 dá à estampa uma carta do leitor Deodato Alves da Encarnação (de Oeiras), que transcrevo:





“Não foi sem repulsa que assisti às imagens vindas do Médio Oriente relacionadas com a visita de Condooleza Rice ao Líbano. Digo com repulsa, pois é inaceitável que a representante de um país dito democrático se apresente perante as câmaras de televisão, no encontro que teve com os representantes do Líbano, sorrindo de orelha a orelha, perante o cenário de destruição e morte a que têm estado sujeitas as cidades e os cidadãos libaneses. É lamentável, pois nem se pode argumentar com o “sorriso de circunstância”, pois a circunstância é dramática, com mortos e feridos, desgraçadamente com o pendor altamente agressivo das acções do Estado judaico, que ao longo dos tempos sempre manifestou o maior desprezo pelos seus vizinhos, arrogando-se para si o desejo de protecção como povo martirizado ao longo dos tempos, situação que não reconhece aos demais. É por demais evidente que a visita de Rice ao Médio Oriente não mais é que uma tentativa para “adormecer” os países da zona, chamados “moderados”, que em alguns casos estão “entalados” entre a reverência ao “Tio Sam” e o respeito pela opin ião dos seus povos. É ainda mais repulsivo ouvir as declarações em Beirute de Condoleeza Rice, que se manifestou preocupada com a actual situação na capital do Líbano. É de bradar aos céus tal descaramento, pois Israel só assim actua por contar com o “guarda-chuva” dos EUA, potência que se está “nas tintas” para o que possa acontecer aos civis.
Os apoiantes do Estado judaico esquecem sempre as agressões bélicas (não esquecer a ocupação anterior do Líbano) que ao longo da sua existência aquele país tem desencadeado e, mais uma vez, a propósito do rapto dos seus militares (acção do Hezbollah também condenável), replicou ferozmente com ataques indiscriminados e desproporcionados contra zonas civis, atingindo mulheres e crianças, de que infelizmente temos imagens arrepiantes. Também é de lembrar que não vale a pena adulterar ou escamotear números ou opiniões, pois hoje as fontes de informação são variadas e só não sabe quem não quer ou é demagogicamente tendencioso. Vem ao caso a informação num programa da RTP, no domingo, dizendo que as vítimas libaneses eram três ou quatro vezes superiores às israelitas (como que a minimizar), quando na verdade essa diferença é de dez vezes. (...) De lamentar também a atitude negativa e discriminatória com que os orgãos de comunicação portugueses tratam as notícias vindas do Médio Oriente, ignorando as declarações proferidas pelo embaixador da Grã-Bretanha no Líbano, quando do repatriamento dos súbditos de Sua Majestade. Reconheço, em abono da verdade, a coragem do “Público” para transcrever, ontem, as declarações do enviado da ONU àquela parte do mundo, Jan Egeland, que põe a “mão na ferida” da questão”

sobre cujo conteúdo enviei ao "Público" o seguinte email:
Se me é permitido concordar com a generalidade do posicionamento do leitor Deodato Alves da Encarnação (Oeiras) no “Publico de 26/7, quando se insurge contra “o sorriso de orelha a orelha de Condoleeza Rice na visita ao Libano”, e separa, correctamente, a livre prática do Judaismo como uma religião, do Sionismo como uma ideologia racista e expansionista do Estado judaico, gostaria de precisar que na observação que o leitor faz sobre o rapto dos dois soldados israelitas pelo Hezbollah, (acção que em principio seria condenável) e que foi o facto que esteve na origem da resposta desproporcionada de Israel, seria conveniente esclarecer os leitores que o aprisionamento dos dois militares se deu no interior de território libanês, o que faz toda a diferença e altera a compreensão dos acontecimentos. Na verdade sempre houve, desde o principio, uma intenção declarada pelos sionistas apoiada pela administração Bush de desencadear a presente guerra, visando o seu alastramento à Siria e ao Irão, envolvendo toda a região, de onde, em conjunto com as intervenções prévias em curso no Iraque e no Afeganistão, sairá uma nova ordem para todo o Médio Oriente. Quais serão os custos destas intenções é que ninguém pode prever, ainda que se proceda a uma reflexão sobre o artigo de hoje de David Bosco que se interroga sobre "se não será isto o principio da 3ª guerra mundial”. Embora, por enquanto ainda não exista guerra nenhuma, mas apenas uma agressão despropositada com meios bélicos desmesurados gentilmente cedidos pelo "Tio Sam" contra milicianos não regulares. Se o Comunismo, durante tantos anos perseguido e vilipendiado como o "inimigo público nº 1, já não existe, contra quem será então esta "guerra"? - nas actuais condições só pode ser a mesma guerra de sempre: a dos ricos contra os pobres. Nós portugueses sentimos isso melhor do que ninguém, recorde-se a propósito uma citação de um marxista famoso, quando referia que "a corda parte sempre pelo elo mais fraco", e não certamente por acaso somos nós o povo com a maioria dos que mais empobrecem na comunidade europeia de que fazemos parte, nomeadamente por via do aumento generalizado do custo de vida e sobretudo dos combustiveis, cujas mais valias, em acção concertada com os aumentos dos juros dos empréstimos bancários, são utilizadas precisamente para financiar os custos da guerra conjuntamente com os nossos aliados na Nato. Será chegado o momento de nos perguntarmos por que misteriosos designios democráticos quem por nós escolheu este caminho, e se não seria altura própria de o referendar.

 
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