“variações infímas podem alterar irreversivelmente o padrão dos acontecimentos” Uma simples mistificação dos economistas americanos, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias, cientificamente dada a conhecer á Humanidade por Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos.

sexta-feira, outubro 13, 2006

Três perguntas sobre o editorial de 14 de Maio do jornal da Sonae

“Disse o Presidente do Irão, na carta que escreveu a Bush, alguma mentira? Defendeu algum valor, algum pensamento contrário à chamada moral judaico cristã? Finalmente, contradiz o editorial, racionalmente, algum dos ditos da referida carta?
Permita-me a resposta: limita-se José Manuel Fernandes (J.M.F) a atirar para o texto os lugares comuns anti Ocidente “anti-Ocidente”, “anti-América”. Recordo-lhe que a referida argumentação “anti-qualquer coisa” tem exactamente o mesmo valor que a sua invocação na defesa das ideias. A carta não refere nenhum facto que seja mentira, limita-se a expor as contradições do mundo ocidental, que apregoa principios e valores, justificativos de uma superioridade moral sobre as restantes civilizações, e depois pratica exactamente o contrário, sobretudo se for sobre uns individuoas “escurinhos”, que têm “valores medievais”. Diga-me por favor se vê realmente grande diferença entre Bush e Saddam? Ambos mentiram descaradamente; invadiram paises à revelia das Nações Unidas; prenderam, prendem e matam arbitráriamente opositores sem lhes darem a minima garantia juridica; torturam; bombardeiam aldeias sem qualquer respeito pela vida de crianças. Qual a diferença? É só porque Bush reclama a plenos pulmões, suportado por uma gigantesca máquina de propaganda, que é “o bem”? O “bem” é a igualdade, e pela diferença com que o mundo dito judaico-cristão trata os outros é muito fácil ver onde está o mal.
Não descortinará JMF semelhanças entre a atitude actual do Ocidente relativamente aos árabes e o espirito existente na época da Segunda Guerra Mundial na Alemanha e na Europa relativamente aos judeus? Não haverá semelhança entre as invasões americanas, invocando razões de segurança, e as invasões da Alemanha aos seus vizinhos pelas mesmissimas razões.
Sobre a Alemanha nazi diz-se: “Levaram um individuo de outra cidade, não te preocupaste; levaram um da tua rua, defendeste que era justo; segue-se um do teu prédio, alegaste que o sujeito tinha atitudes suspeitas; depois foste tu”. Recordo a JMF que foi com argumentos semelhantes aos que a Administração americana utiliza relativamente aos árabes que os índios foram todos chacinados; e que Bush nos seus discursos não diz “cidadãos do ocidente”, diz “americanos”. Não será de tentar pôr um travão nisto, antes que os nossos netos ou filhos sejam tratados como agora o são os árabes?”

César Neves, Lisboa.

 
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