o inventor da teoria do Império do Mal
Esses anos também foram marcados por tumultos na comunidade judaica norte-americana. Duas de suas figuras de proa, Irving Kristol e Norman Podhoretz, romperam com a tradição “liberal” (no sentido norte-americano, ou seja, progressista) à qual os intelectuais judeus tinham estado ligados durante muito tempo. Depois de ter militado pelos direitos civis, a “discriminação positiva” e a distensão com a União Soviética, eles acabaram realizando uma reviravolta espetacular e fundando o movimento neo-conservador. Inúmeros pontos comuns - a crítica ao Estado de bem-estar social, a volta aos “valores tradicionais”, o anticomunismo puro e rígido, e o apoio irrestrito ao Likud – os aproximaram, a partir daí, da direita cristã3.
A eleição de Ronald Reagan em 1980 sacramentou essa aliança. Os neo-conservadores passaram a fazer o papel de intelectuais da corte, enquanto o novo presidente nomeava, para seu gabinete, os fundamentalistas mais radicais. O secretário do Interior, James Watt, explicou que a poluição do planeta não deveria ser fonte de preocupação porque “a volta do Senhor está próxima”. E foi diante da Associação Nacional dos Grupos Evangélicos que o presidente pronunciou seu famoso discurso classificando a União Soviética de “Império do mal”.
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Le Monde Diplomatique