“variações infímas podem alterar irreversivelmente o padrão dos acontecimentos” Uma simples mistificação dos economistas americanos, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias, cientificamente dada a conhecer á Humanidade por Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos.

domingo, novembro 27, 2005

O Agronegócio no Brasil - Uma nova safra recorde de equívocos

Por Henrique Cortez, da "Agência Carta Maior", janeiro de 2005

Normalmente associamos a destruição da floresta amazônica à acção dos madeireiros e das mineradoras. Embora seja historicamente verdade, isto está mudando. Mudando para pior. O vilão de agora, muito mais competente, é o agronegócio; Deveríamos iniciar as discussões sobre este modelo econômico escorado na exportação de produtos primários, com destaque para minério, carne e grãos. É necessário questionar a quem serve este modelo neocolonial e a quem beneficia.
Os indicadores da destruição de nossas florestas e do cerrado continuam a crescer. Em relação a isto temos apenas justificativas, explicações e incontáveis propostas, mas nada mais efetivo do que isto em termos de políticas públicas.
Normalmente associamos a destruição da floresta amazônica à ação dos madeireiros e das mineradoras. Embora seja historicamente verdade, isto está mudando. Mudando para pior. O vilão, muito mais competente do que as madeireiras e mineradoras juntas, é o agronegócio, que sabe fazer valer os seus interesses e sabe ser ouvido, principalmente porque tem a habilidade de aliar o poder econômico ao lobby político.
A soja e a pecuária são os principais indutores das queimadas e do desmatamento. Estudos da Conservação Internacional indicam que o Cerrado brasileiro está com uma taxa anual de desmatamento de 1,5% ou, se preferirem, 7,3 mil hectares ao dia o que, no ritmo atual, significará o seu desaparecimento total até 2050.
A Amazônia, por outro lado, tende a transformar-se em savana dentro de 50 anos. No ano passado foram desmatados 23,7 mil quilômetros, sendo 80% destinados à agropecuária. Tudo pelo bem agronegócio exportador.
Em entrevista ao The New York Times, em setembro de 2003, o governador do Mato Grosso, Blairo Maggi, disse que “para mim, um aumento de 40% no desmatamento não significa nada; não sinto a menor culpa pelo que estamos fazendo aqui. Estamos falando de uma área maior que a Europa toda e que foi muito pouco explorada. Não há razão para se preocupar”. O Governador Maggi é, por mera coincidência, o maior sojicultor do Mato Grosso e um dos maiores do mundo...
No entanto, em que pese o patriótico esforço do agronegócio, ainda falta comida para boa parte da população. Um terço de nossa população continua miserável e a fome ainda é uma séria ameaça à sobrevivência desta população.
Mas, para compensar, a alimentação dos norte-americanos, após a segunda guerra mundial, aumentou em 33% de laticínios, 50% mais carne bovina e 280% mais frangos, sendo que esta dieta hiper-protéica é a razão para que a obesidade tenha se tornado um problema de saúde pública. Mas, tudo bem, nós que estamos abaixo da linha do Equador continuamos de dieta.
Na verdade deveríamos iniciar as discussões sobre este modelo econômico escorado na exportação de produtos primários, com destaque para minério, carne e grãos. É necessário questionar a quem serve este modelo neocolonial e a quem beneficia.
Somos apreciados como exportadores de carne porque o nosso boi é “orgânico”, um boi “verde” que alimenta-se no pasto. Mas quando exportamos 1 kg de carne devemos considerar os custos sociais e ambientais, a destruição irresponsável da floresta e o fato de que também estamos exportando mais de 10 mil litros de água virtual.
Este modelo exportador, ao destruir o Cerrado e a Amazônia, está comprometendo o clima do planeta, interferindo com o regime de chuvas do Sul e Sudeste do Brasil, esgotando recursos naturais, extinguindo biomas inteiros, alterando rapidamente todo o clima da América do Sul e tudo isto para que e para quem?
Só para lembrar que o quanto agronegócio exportador é patriota e não conhece ganância, no RS plantou soja transgênica ilegal, enfrentou o governo e venceu. Colheu, vendeu, plantou novamente, colheu, plantou novamente e em breve estará com nova safra.
Este foi um dos maiores e bem sucedidos casos de desobediência civil de nossa história republicana. Pena que, na essência, ataque a própria historia republicada.
Este é o preço que pagamos pela equivocada opção pelo pelos grandes produtores e pelo agronegócio exportador, ou se preferirem uma abordagem mais globalizada, pelos big players do agrobusiness. Pensando melhor, acho que o título deste artigo deveria ser “os equívocos de uma opção equivocada”...
Mas chega de conversa, promessa, palanque, programas e projetos sem fim. Não temos muito tempo. Devemos iniciar as discussões sobre esta herança colonial e propor alternativas do que realmente seja desenvolvimento sustentável, socialmente responsável e justo.
O que aí está não é e nunca foi sustentável. É apenas um processo exploratório, irresponsável e ganancioso, que atende a uma minoria poderosa, rica e politicamente influente. Simples assim.

sábado, novembro 26, 2005

Presos 400 militantes do MRPP

Antes de partir para o encontro da NATO em Bruxelas, em 28 de Maio de 1975, Vasco Gonçalves promoveu uma reunião do Conselho da Revolução – que decidiu calar para sempre o MRPP (Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado), dirigido por Arnaldo Matos.

A ofensiva contra a organização maoísta foi a resposta a um sequestro levado a cabo por um grupo de militantes chefiado por Saldanha Sanches. O MRPP, em 17 de Maio, sequestrou um oficial ‘comando’, Marcelino da Mata, guineense de etnia Papel, que serviu o Exército Português na guerra colonial integrado no Batalhão de Comandos Africanos. Marcelino da Mata foi entregue pelo MRPP à assembleia de soldados do RAL 1 e severamente torturado.
Nesse mesmo dia, Arnaldo Matos convocou uma conferência de Imprensa – e denunciou que o comandante Alpoim Calvão estava a constituir um exército clandestino em Espanha para atacar Portugal. Marcelino da Mata, segundo o MRPP, trabalhava para Alpoim Calvão. No dia seguinte, em acções de rua organizadas em Lisboa, Amadora e Santarém, o MRPP exije “justiça popular” sobre Jaime Neves e Salgueiro Maia. Ainda no dia 18, o MRPP manifesta-se ruidosamente junto à embaixada norte-americana a reclamar a expulsão do embaixador Frank Carlucci, antigo director da CIA.

O sequestro de Marcelino da Mata foi conduzido por forma a atirar as culpas para a ala militar afecta ao Partido Comunista. E as acusações a Jaime Neves e a Salgueiro Maia, ambos moderados, levaram a uma pública intervenção do capitão Matos Gomes, um dos mais influentes oficiais comunistas do Regimento de Comandos, em defesa dos dois militares.

O Conselho de Revolução, na reunião em 27 de Maio, decidiu calar o MRPP. No dia seguinte, já Vasco Gonçalves estava em Bruxelas para o encontro da NATO, forças militares do COPCON, comandado por Otelo Saraiva de Carvalho atacam o MRPP: em 28 de Maio, foram presos 400 militantes do MRPP, na sua maioria estudantes, em Lisboa. Entre os detidos, Arnaldo Matos.

Surgiu então, pintada nas paredes da capital, a célebre frase: “Libertação imediata do camarada Arnaldo Matos - o Grande Educador da classe operária”.
Arnaldo Matos conseguiu evadir-se do Hospital Militar, onde estava internado sob prisão. O partido, embora em dificuldades, conseguiu movimentar-se – e os militantes e dirigentes presos acabaram por ser libertados pouco tempo depois. O episódio da guerra aberta contra o MRPP demonstra, ainda, a inconstância política de Otelo Saraiva de Carvalho. O comandante do COPCON, a unidade militar na primeira linha da ofensiva que visou o MRPP, mantinha alguns encontros com Arnaldo Matos – e chegou a aconselhar Vasco Gonçalves, a encontrar-se com o líder maoísta.
Durante os meses que se seguiram à Revolução de Abril, Francisco Sá Carneiro, líder do Partido Social-Democrata (PSD) encontrou-se secretamente, por várias vezes, com Arnaldo Matos. Os encontros decorreram em casa do coronel Aventino Teixeira, conhecido como o “mais civil dos militares”, com amigos em todos os campos políticos, da direita à extrema-esquerda.
A ligação do militar a Arnaldo Matos é antiga. Conheceram-se na Faculdade de Direito, ainda antes de 1970, quando Aventino Teixeira, colocado na Escola Prática de Administração Militar (EPAM), no Lumiar, em Lisboa, resolveu ir estudar Direito. Nesse tempo, numa altura em que Arnaldo Matos era procurado pela PIDE, Aventino Teixeira teve artes e engenho para esconder o futuro “grande educador da classe operária” onde se sabia que a polícia política nunca o encontraria: no quartel.

Duas correntes agitavam então o MRPP. Uma, inspirada por Arnaldo Matos, definia o Partido Comunista como o principal inimigo político - era a “linha vermelha”. Outra, liderada por Saldanha Sanches, defendia uma aproximação aos comunistas – era a “linha negra”. O conhecido especialista em Direito Fiscal acabou por perder esta guerra e saiu do partido. Estava a cúpula dirigente do MRPP dividida entre a eleição do inimigo, quando do lado do PSD surgiu a sugestão para o primeiro encontro entre Sá Carneiro e Arnaldo Matos. O portador do convite foi Aventino Teixeira. A reunião decorreu em casa do militar, nos Olivais. E de que falaram os líderes do PSD e do MRPP? “Limitei-me a servir os whiskies” - dirá mais tarde Aventino Teixeira.
O certo é que Sá Carneiro, após estes encontros, passou a utilizar nos comícios expressões como “social-fascistas” e “social-imperialistas” – exactamente os mesmos adjectivos com que o MRPP habitualmente se referia ao Partido Comunista.

a REVOLUÇÃO DIA A DIA

25 de Maio - Sá Carneiro, doente no estrangeiro, cede o lugar de secretário-geral do PPD a Emídio Guerreiro.
27 de Maio - Extrema-esquerda ocupa a Rádio Renascença - que, em vez da designação de emissora católica, passa a chamar-se Rádio Renascença ao serviço dos trabalhadores.
28 de Maio - Vasco Gonçalves participa em Bruxelas numa reunião da NATO. Ofensiva do COPCON contra o MRPP: é preso Arnaldo Matos e mais 400 militantes. Manifestação de apoio ao MFA, em Lisboa, convocada pelo PCP.

ARNALDO MATOS

O Movimento Reorganizativo do Partido do Proletariado (MRPP) de inspiração maoísta foi fundado em 18 de Setembro de 1970, numa casa da Estrada do Poço do Chão, em Benfica, Lisboa. Os fundadores foram Arnaldo Matos, Fernando Rosas e João Machado (funcionário dos TLP). Em 1969, Arnaldo Matos ganhou a Associação de Estudantes da Faculdade de Direito, à frente da lista da Esquerda Democrática Estudantil: derrotou então uma lista inspirida pelo PCP e encabeçada por Alberto Costa, actual ministro da Justiça.

ENCONTROS SECRETOS ENTRE O PS E O MRPP

Mas não foi apenas Sá Carneiro a sentir o fascínio e o apelo da extrema-esquerda. Também Mário Soares se encontrou várias vezes com Arnaldo Matos. O resultado destes encontros consubstanciou-se no apoio do MRPP ao PS em acções de rua e para travar o PCP em sindicatos e empresas.

Um dos encontros entre Mário Soares e Arnaldo Matos foi rodeado de aspectos anedóticos. Soares foi vendado e metido dentro de um carro que andou às voltas por Lisboa – para que ele não soubesse o local secreto onde iria avistar-se com o líder maoísta. Passou a existir uma estreita cooperação entre socialistas e maoístas, sobretudo quando o PS precisava de assanhados reforços para algumas acções de rua. Uma vez, os socialistas foram cercados na sede, em S. Pedro de Alcântara, por manifestantes do PCP e da UDP. A ajuda chegou pelo MRPP – que mobilizou uma verdadeira companhia de choque devidamente armada com barras de ferro. Após um monumental arraial de pancadaria, em que do lado maoísta foram disparados alguns tiros, os manifestantes do PCP e da UDP abandonaram vencidos o campo de batalha.

Manuel Catarino - CORREIO DA MANHÃ - 22.05.2005

quinta-feira, novembro 24, 2005

Cronologia do golpe militar de 25 de Novembro de 1975

25 de Abril de 1974
Aproveitando o cansaço de 13 anos de guerra colonial, o MFA (Movimento das Forças Armadas) põe fim a 48 anos de ditadura e abre caminho à autodeterminação das colónias.
Amplo movimento de apoio popular nas ruas.
1 de Maio
A maior movimentação de massas vista na Europa do pós-guerra, comemora o Dia do Trabalhador
O PCP fundado em 1921 e o PS fundado em 1973 apoiam amplamente o movimento de massas.
6 de Maio
É fundado o PPD com base nos deputados da ala Liberal da antiga União Nacional: Sá Carneiro, Pinto Balsemão, Magalhães Mota e Miller Guerra
15 de Maio
Poder entregue e posse como PR do mais alto-dignitário das Forças Armadas o conservador António de Spínola, convidado para presidir à Junta de Salvação Nacional, após recusa de Costa Gomes. Spínola agitara o país em Fevereiro com uma (utópica) proposta de solução federalista neo-colonial para o problema do então chamado Ultramar.
16 de Maio
Posse do 1º Governo Provisório, chefiado por Adelino da Palma Carlos, um advogado ligado aos velhos republicanos e à Maçonaria.
9 de Julho
Palma Carlos demite-se por o Conselho de Estado lhe recusar o reforço de poderes, o adiamento das legislativas e a antecipação das presidenciais desejadas por Spínola.
18 de Julho
Posse do II Governo Provisório, chefiado pelo coronel graduado em general Vasco Gonçalves, o militar de mais alta patente ligado ao MFA.
27 de Julho
Contrafeito, Spínola reconhece o direito das colónias à Independência.
9 de Setembro
Portugal reconhece a independência da Guiné-Bissau, onde a situação militar estava à beira da ruptura.
10 de Setembro
Spínola mobiliza a Direita, a que chama “Maioria Silenciosa”
28 de Setembro
A projectada manisfestação da “Maioria Silenciosa” é travada nas entradas de Lisboa por populares mobilizados pela Esquerda. Mais de uma centena de detenções de figuras ligadas ao anterior regime.
30 de Setembro
Spínola demite-se PR e é substituido pelo general Costa Gomes, um militar mais da confiança dos Capitães de Abril. Toma posse o III Governo Provisório de Vasco Gonçalves.
28 de Janeiro de 1975
o Partido CDS (de Freitas do Amaral) convidado a ser formado pela Junta de Salvação Nacional é cercado por manifestantes de Esquerda no seu 1º congresso, no Porto.
11 de Março
o bombardeamento aéreo do RALIS (Regimento de Artilharia de Lisboa) assinala o desencadear de uma tentativa de golpe de estado spinolista. Morre um soldado. Derrotado, Spínola foge para Espanha e depois para o Brasil, passando a patrocinar o MDLP (Movimento “Democrático” para a Libertação de Portugal) e o seu braço armado ELP (Exército de Libertação Português)
12 de Março
a Esquerda reforça-se com a criação do Conselho da Revolução (CR) e as nacionalizações da banca, dos seguros e dos principais transportes.
26 de Março
Posse do IV Governo de Vasco Gonçalves.
11 de Abril
o MFA propõe aos principais partidos uma plataforma consagrando a execução do seu programa mínimo.
25 de Abril
As eleições para a Assembleia Constituinte têm os seguintes resultados: PS 37,9%, PPD 26,4%, PCP 12,5%, CDS 7,6%, MDP 4,1%, UDP 0,7%. O PCP,aliado aos sindicatos e aos movimentos populares, como único partido organizado, detém no terreno uma expressão superior aos seus resultados nas urnas.
19 de Junho
o CR aprova o PAP (Plano de Acção Politica)
25 de Junho
Em Moçambique o poder é entregue à Frelimo.
5 de Julho
Independência de Cabo-Verde, com transmissão do poder para o PAIGC.
8 de Julho
Com base nos resultados eleitorais o documento-guia Aliança Povo-MFA define regras para a construção de uma “sociedade socialista” contradizendo o PAP
12 de Julho
Independência de São Tomé e Príncipe
13 de Julho
Com o assalto à sede do PCP em Rio Maior, começa o “Verão Quente”, caracterizdo por atentados terroristas da Direita, manisfestações de operários da Cintura Industrial de Lisboa em apoio ao “Poder Popular”, divulgações de documentos programáticos de militares (contraditórios entre si. O “Documento dos 9” e o “Documento do Copcon”) e ondas de boatos. Não existe disciplina hierárquica nas FA onde se constituem comités de soldados. Há armas desaparecidas de quartéis nas mãos de civis. O País está à beira da guerra civil.
15 de Julho
A manifestação da Fonte Luminosa, em Lisboa, convocada pelo PS redunda num protesto contra o “gonçalvismo”
16 de Julho
PS e PPD abandonam o Governo, controlado pelas teses da Esquerda Militar. Manifestações de operários em Lisboa e no Porto exigem a “dissolução da Constituinte” o “controlo operário” e um “governo popular”
30 de Julho
no CR a criação do triunvirato Vasco Gonçalves/Costa Gomes/Otelo tenta conciliar sensibilidades inconciliáveis.
7 de Agosto
É divulgado pelo “Jornal Novo” e pelo semanário “O Jornal” o “Documento dos Nove” redigido por Melo Antunes, preconizando uma democracia socialista com todas as liberdades democráticas. O grupo dos Nove – Melo Antunes, Vasco Lourenço, Vítor Alves, Vítor Crespo, Franco Charais, Sousa e Castro, Costa Neves – começa a tomar posições de influência no aparelho militar.
8 de Agosto
Posse do V Governo Provisório de Vasco Gonçalves, afecto às teses dos movimentos populares.
10 de Agosto
o “Grupo dos Nove” é afastado do CR
12 de Agosto
o “Documento do Copcon” responde ao dos Nove preconizando uma democracia de base assente em assembleias populares.
30 de Agosto
Vasco Gonçalves é demitido de 1º Ministro. Costa Gomes decide-se por um novo governo chefiado pelo truculento almirante Pinheiro de Azevedo.
5 de Setembro
os Nove “vencem” a Assembleia de Tancos do MFA e o CR passa a ser maioritariamente constituído por militares democratas moderados.
11 de Setembro
Manifestações de soldados de Esquerda enquadrados nos SUV (Soldados Unidos Vencerão)
16 de Setembro
Posse do VI Governo Provisório
25 de Setembro
a fim de retirar poderes ao Copcon o VI governo cria o AMI (Agrupamento Militar de Intervenção)
27 de Setembro
Elementos da esquerda-Radical assaltam e saqueiam a embaixada de Espanha e o Consulado espanhol em Lisboa, protestando contra a condenação à morte de cinco nacionalistas bascos pela ditadura franquista.
7 de Novembro
o VI governo manda destruir à bomba os emissores da Rádio Renascença, propriedade do Patriarcado ocupada desde Maio pelos trabalhadores.
11 de Novembro
Cerimónia de Independência de Angola com o poder a ser transmitido em Luanda ao MPLA enquanto forças da FNLA se aproximam pelo Norte e colunas da UNITA pelo sul. Começa a guerra civil.
12 de Novembro
Uma manifestação de operários da construção civil cerca o Palácio de São Bento e sequestra os deputados.
20 de Novembro
o CR nomeia Vasco Lourenço para substituir Otelo no comando da RM de Lisboa.
25 de Novembro
Ocupação por pára-quedistas de Tancos, da Região Aérea do Monsanto, do EM da Força Aérea e de várias bases. O Ralis toma posições no aeroporto, portagem da A1 e Depósito de Material de Guerra de Beirolas.
Forças da EPAM ocupam a RTP e a PM controla a Emissora Nacional.
Uma força do Regimento de Comandos cerca o Monsanto, ocupado pelos Paras. A emissão da RTP é transferida para o Porto. O PR decreta o estado de sito na área da RM de Lisboa; o papel do PR é determinante na contenção dos extremos. Eanes, adjunto de Vasco Lourenço ilude pressões dos militares da extrema-direita que o incitam a mandar bombardear unidades. Vasco Lourenço dá voz de prisão a Diniz de Almeida, Campos Andrada, Cuco Rosa e Mário Tomé. O Grupo dos Nove controlam a situação.
26 de Novembro
Os Comandos atacam o regimento da PM na Ajuda: 3 mortos. Forças das RM Norte e Centro deslocam-se para Lisboa. Melo Antunes declara na TV que o PCP é indispensável à democracia, afastando as veleidades da direita saudosista, que tendo um plano de tomada de poder se colou aos “Nove”
27 de Novembro
Carlos Fabião é substituído por Ramalho Eanes na chefia do EM do Exército. Otelo é destituído de comandante do Copcon. Os militares detidos seguem para a prisão de Custóias no Porto.
28 de Setembro
O VI governo retoma funções. Está aberto o período de controlo politico dos partidos do grande Bloco Central, que com a evolução dos tempos, de socialista e social democrata só irão conservar o nome.
Eleições Legislativas de 1976. Resultados dos partidos que elegeram deputados:
* PS (35% - 106 deputados);
* PPD (24% - 71 deputados);
* CDS (15,9% - 41 deputados);
* PCP (14,6% - 40 deputados);
* UDP (1,7% - 1 deputado).

domingo, novembro 20, 2005

O regime Privado de gestão das cadeias norte-americanas

Transcrito do Le Monde Diplomatique, edição de 26 de Junho 2005

“A Administração penitenciária da Califórnia (privada) entregou a um laboratório privado o rastreio sanitário da população prisional.
Durante vários anos foram entregues falsos resultados de testes que diziam respeito a dezenas de milhares de presos.
Alertados por erros de ortografia grosseiros e outras incorrecções suspeitas nos relatórios recebidos os responsáveis do ministério da Saúde deslocaram-se ao edificio do laboratório em causa para ali descobrirem “pilhas de material inutilizado,(...) uma desordem completa, equipamenos de teste obsoletos, descalibrados ou sem reagente necessário para efectuar testes de sangue e de urina”
Quatro anos após estes factos, quando o San Francisco Chronicle os divulgou, a administração penitenciária da Califórnia ainda não se tinha preocupado em fazer novos testes aos detidos, mesmo sabendo que eram inventadas ou erróneas as informações de que dispunham quanto a eventuais infecções por virus mortais e certamente contagiosos.
Entretanto, o director do falso laboratório já tinha recebido, do Estado, a autorização para montar um novo centro de análises clinicas!”

O artigo inclue mais exemplos da gestão privada de outras prisões e hospitais, etc.

Relacionado:
A Terciarização da Tortura - www.ia-eua.blogspot.com/

sexta-feira, novembro 18, 2005

Cavaquites

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o Banco Central Europeu

Os violinos do Titanic – o recente debate do orçamento é o capitulo que faltava à Alice no País das Maravilhas

Luis Salgado de Matos no Público 14/Novembro

“Dentro de poucas semanas, o Banco Central Europeu (BCE) passará a recusar garantias dadas plos paises com economias deficitárias. Consequência? Aumentará o juro pago por estes maus alunos. Entre os quais Portugal.
Desque que há euro, quando um banco português aparecia a pedir dinheiro emprestado ao BCE e dava como garantia dívidas do Estado português – ou de empresas portuguesas bem classificadas- o banco aceitava as garantias – e emprestava. Dentro em breve, o BCE dirá: “desculpe, você tem a classificação A- (A menos), dada pela agência Standart&Poor’s e por isso não aceito as suas garantias”.
Quarta-feira da semana passada, este foi o tema da imprensa económica europeia. Este movimento do BCE não era uma surpresa. Era a resposta dos banqueiros centrais ao laxismo manifestado pelos politicos, quando aliviaram os requesitos do pacto de estabilidade. E, já agora, era tambem a resposta desses banqueiros à falta de descriminação dos mercados. Porque os mercados continuaram a dar um juro tão baixo aos maus devedores, tipo Portugal, como aos bons devedores.
Seja como for, os mercados aumentaram logo o “spread” sobre os empréstimos portugueses. Porque o risco português amentou. Portugal ainda não está no A- mas para lá caminha. O leitor já começou a pagar mais pelo dinheiro transpirenaico que nos emprestam: o seu banco paga mais, o Estado mais paga.
Os deputados governamentais ou oposicionistas, abordaram este problema no debate orçamental? A televisão mencionou-o? A imprensa fustigou os banqueiros miseráveis que querem pôr o pobre Portugal a pagar mais pelo dinheiro dos ricos?
Além do preço do petróleo, o preço do dinheiro é o que mais afecta o orçamento do nosso Estado. Por isso, o debate parlamentar e jornalistico á a Rainha de Copas a dizer: “A sentença primeiro, as provas depois”. Não há pior cego do que aquele que não quer ver.
É melhor o leitor saber que a próxima decisão do Banco Central Europeu – o nosso verdadeiro Banco de Portugal – logo chegará à sua conta bancária. Soba a forma de juros mais altos e mais desemprego.
Porque a triste verdade é: as más contas diminuem a capacidade de competir no mercado mundial. O último relatório do Forum Mundial da Competividade surpreendia-se porque a Suécia é muito concorrencial e tem um gigantesco sector público. A surpresa resulta do peso da ideologia: a ideologia liberal diz que o sector público diminui a competividade.
A verdade é outra: o défice diminui a competividade. Por uma razão óbvia. O deficitário paga a energia, os transportes e os salários ao mesmo preço do credor – mas este tem juros mais baixos. E por isso tem menores custos de produção. E, como tem menores custos de produção, vende mais barato.
Enquanto copiarmos o orçamento de despesas da Suécia e o orçamento de receitas do Burundi, não seremos concorrenciais”.

o Wall Street Journal pergunta: "Porque é que os imigrantes não fazem distúbios aqui?",,, ai não que não fazem!

"Why Immigrants Don't Riot Here" é um artigo interessante, embora eivado de alguma simplicidade.
Sobre a questão da mobilidade social, estudos recentes demonstram que esta é, nos Estados Unidos, bem menor do que em muitos países da Europa Ocidental. É o que nos revela por exemplo o trabalho de pesquisa da London School of Economics and Political Science.

Passo a citar parte das conclusões do referido estudo : “A careful comparison reveals that the USA and Britain are at the bottom with the lowest social mobility. Norway has the greatest social mobility, followed by Denmark, Sweden and Finland. Germany is around the middle of the two extremes, and Canada was found to be much more mobile than the UK.”
“In a comparison of eight European and North American countries, Britain and the United States have the lowest social mobility.”
É provável que no que concerne à imigração as oportunidades de ascensão social sejam maiores no lado de lá do Atlântico. Historicamente, os EUA são um país de imigração, ao contrário da maior parte da Europa, onde este fenómeno é recente.
Um último apontamento sobre a imigração muçulmana, associada à livre empresa e aos negócios nos EUA por oposição ao caso francês, caracterizado pela dependência da Segurança Social. Importa saber de que populações estamos a falar, porque nem sempre as condições de partida são iguais : Jovens estudantes instruídos ou famílias tradicionalmente ligadas à actividade comercial oriundas do Golfo Pérsico não estão nas mesmas condições dos empobrecidos imigrantes do Magreb.

(Comentário de um leitor do blogue "Bichos Carpinteiros")

quarta-feira, novembro 16, 2005

Desde esta III Cumbre de los Pueblos de América declaramos

1) Las negociaciones para crear un Area de Libre Comercio de las Américas (ALCA) deben ser SUSPENDIDAS INMEDIATA Y DEFINITIVAMENTE, lo mismo que todo tratado de libre comercio bilateral o regional. Asumimos la resistencia de los pueblos andinos y de Costa Rica contra el Tratado de Libre Comercio, la de los pueblos del Caribe porque los EPAS no signifiquen una nueva era de colonialismo disfrazado y la lucha de los pueblos de América del Norte, Chile y Centroamérica por echar atrás los tratados de esta naturaleza que yapesan sobre ellos

2) Todo acuerdo entre las naciones debe partir de principios basados en el respeto de los derechos humanos, la dimensión social, el respeto a la soberanía, la complementariedad, la cooperación, la solidaridad, la consideración de las asimetrías económicas favoreciendo a los países menos desarrollados.

3) Nos empeñamos en favorecer e impulsar procesos alternativos de integración regional. Como la Alternativa Bolivariana de las Américas (ALBA).

4) Asumimos las conclusiones y las acciones nacidas en los foros, talleres,encuentros de esta Cumbre y nos comprometemos a seguir profundizando nuestro proceso de construcción de alternativas

5) Hay que anular toda la deuda externa ilegitima, injusta e impagable del Sur, de manera inmediata y sin condiciones. Nos asumimos como acreedores para cobrar la deuda social, ecológica e histórica con nuestros pueblos.

6) Asumimos la lucha de nuestros pueblos por la distribución equitativa de la riqueza, con trabajo digno y justicia social, para erradicar la pobreza, el desempleo y la exclusión social.

7) Acordamos promover la diversificación de la producción, la protección de las semillas criollas patrimonio de la humanidad, la soberanía alimentaria de los pueblos, la agricultura sostenible y una reforma agraria integral.

8) Rechazamos enérgicamente la militarización del continente promovida por el imperio del norte. Denunciamos la doctrina de la llamada cooperación para la seguridad hemisférica como un mecanismo para la represión de las luchas populares. Rechazamos la presencia de tropas de Estados Unidos en nuestro continente, no queremos bases ni enclaves militares. Condenamos el terrorismo de Estado Mundial de la Administración Bush que pretende regar de sangre las legítimas rebeldías de nuestros pueblos.

9) Condenamos la inmoralidad del gobierno de Estados Unidos, que mientras habla de luchar contra el terrorismo protege al terrorista Posada Carriles y mantiene en la cárcel a cinco luchadores patriotas cubanos. ¡Exigimos su inmediata libertad!

10) Repudiamos la presencia en estas dignas tierras latinoamericanas de George W. Bush, principal promotor de la guerra en el mundo y cabecilla del credo neoliberal que afecta incluso los intereses de su propio pueblo. Desde aquí mandamos un mensaje de solidaridad a los hombres y mujeres estadounidenses dignos que sienten vergüenza por tener un gobierno condenado por la humanidad y lo resisten contra viento y marea.

Después de Québec construimos una gran campaña y consulta popular continentales contra el ALCA y logramos frenarla. Hoy, ante la pretensión de revivir las negociaciones del ALCA y sumarle los objetivos militaristas de Estados Unidos, en esta III Cumbre de los Pueblos de América asumimos el compromiso de redoblar nuestra resistencia, fortalecer nuestra unidad en la diversidad y convocar a una nueva y mas grande movilización continental para enterrar el ALCA para siempre y construir al mismo tiempo bajo su impulso nuestra alternativa de una América justa, libre y solidaria.

Mar del Plata, Argentina, a 4 de noviembre del 2005

UN ATERRORIZADO BUSH REHUYE A CHÁVEZ

Mike Whitney

"Argentina tiene dignidad ¡Echemos a Bush de aquí!"

Fue el cántico de 60 mil contestatarios en la Cumbre de las Américas La mejor manera de entender el atajo institucional a que recurrieron los medios occidentales es analizar los informes del mundo desarrollado. La Cumbre económica de Mar del Plata, Argentina provee una excelente oportunidad para evaluar su cobertura y decidir si existe parcialidad.
Miles de participantes del pueblo trabajador que concurrió a protestar contra George Bush y sus sospechosamente llamadas políticas de "libre comercio", fueron calificados por los medias corporativos "izquierdistas" o "extremistas", eliminando la posibilidad de ser simplemente considerados como partícipes ciudadanos de un proceso democrático. Tal es la táctica habitual de los medios, marginar al pueblo cuyos intereses no coinciden con los de la élite predominante.
"Los izquierdistas radicales latinoamericanos tomaron las calles el viernes" informaba sin aliento Jack Chang para el Knight Ridder, pero además todos los demás noticieros usaban este disparatado lenguaje.
El suceso más destacado del acontecimiento fue la presencia del Presidente venezolano Hugo Chávez, un líder invariablemente sindicado por los medios con los motes de "izquierdista incendiario" y de "presidente radicalizado" (Financial Times) o de feroz presidente populista (New Yorrk Times) . Hasta cierto punto en todos los artículos, Chávez es asociado a Fidel Castro o al Che Guevara con la clara intención de convertirlo en un perturbador anti americano. En realidad Chávez estuvo entre los primeros países que aportó ayuda a los EEUU luego del desastre provocado por el huracán Katrina, ofreciendo médicos, remedios y gasolina a la devastada región. Ningún medio importante publicó ni agradeció su caritativa contribución.
Chávez es culpado, desde luego, por redistribuir algo de lo que el país obtiene con sus recursos petroleros en bienestar para los pobres y en las necesidades de su país. Esto lo ha convertido en una amenaza para la atrincherada oligarquía de su país y sus socios mediáticos.
"Estamos creando un gran cuerpo político en el sur y no solamente geográfico" sentenció Chávez. "Esta es la gran tarea que debe encarar nuestra región, crear el "consenso del sur" para que nuestros pueblos puedan vivir mejor" Los inofensivos comentarios de Chávez fueron transformados en los informes periodísticos en incitaciones al anti-americanismo o lo que es peor todavía" a "subvertir la democracia en su país" (Knight Ridder). Inversamente es la creciente corriente democrática suramericana lo que preocupa a Washington. Chávez ha captado el imaginario del hombre común y está pregonando abandonar las políticas neoliberales
adoptadas por Washington y firmemente sujetadas al cuello de las economías del hemisferio sur durante los últimos veinte años
" Nosotros tenemos que enterrar el ALCA" gritó Chávez a la multitud que colmaba el lugar "hasta traje una pala"
La afirmación del presidente venezolano fue entusiastamente aplaudida por los miles de concurrentes que cantaba " Bush fascista, vos sos el terrorista" (Tú eres el terrorista)
Chávez estuvo flanqueado por la activista antibélica Cindy Sheean y el ex futbolista Diego Maradona. Como muchos argentinos Maradona cree que las políticas estadounidenses precipitaron a la Argentina en la débacle económica que hundió en la pobreza al 40% de la población.
Muchos de los artículos omitieron mencionar este hecho crucial que contextualiza el negativo sentimiento de muchos suramericanos hacia los EEUU. Esto nada tiene que ver con la "encendida oratoria" de Chávez sino con las claras consecuencias de los devastadores efectos de las políticas de libre comercio estadounidenses.
La mayoría de los latinoamericanos se opone a la creación del área de Libre Comercio de las Americas (ALCA)- También se oponen a seguir pagando la deuda externa y el creciente avance de la militarización estadounidense. Se halla cada vez más frustrada por el incremento de las disparidades entre ricos y pobres y el aumento del desempleo.
De nuevo, ninguno de estos factores tienen que ver con Chávez a quién erróneamente se culpa de ser responsable de incitar el odio hacia América. Chávez está siendo, sin embargo, la figura unificadora que comparte el bienestar que le proporciona su petróleo con otros países de la región y crea un modelo alternativo, que desafía la dominación de los EEUU en el hemisferio. Resultó una violenta sorpresa para el equipo de Bush que el presidente de México anunciara en la Cumbre que iba a incorporarse al MERCOSUR
Los comentarios de Chávez mencionaron algunos daños más:
"El planeta está siendo destruido por el modelo capitalista, la destructiva máquina del desarrollo ante nuestras propias narices Cada día, gracias al modelo neoliberal, hay más hambre y más miseria"
El rechazo al ALCA es una fuerte corriente opositora que nace del despertar político del mismo pueblo. En pocas palabras, se intentó aplicar el método aprobado por el Consenso de Washington y fracasó espectacularmente. La nueva mayoría no quiere "destruir la industria local, la seguridad social y las leyes laborales" ni destruir el ambiente o prolongar la supremacía estadounidense en la región.
" Hemos venido a enterrar el ALCA porque es un viejo proyecto del águila imperial que desde un principio planificó hundir sus garras en América Latina" dijo Chávez-
La cobertura de la Cumbre por los medios ocultó los detalles que hubieran proporcionado los necesarios antecedentes para comprender la bronca ante la presencia de Bush. El acontecimiento fue pintado como un arreglo de cuentas entre Chávez y Bush. Aún en nivel tan superficial los medios corporativos demostraron su habilidad para merodear en puntas de pié alrededor de lo que realmente ocurrió.
Mientras Reuters apuntalaba al Tejano, quién derrochaba valor detrás de un cerco de guardias armados y de alambradas, este evitó sin embargo "cuidadosamente" a Chávez mientras el mundo contenía la respiración.
¡Cuidadosamente evitado!
"Esta Cumbre no es sobre Hugo Chávez" dijo, a la defensiva, un consejero de Bush "Esto no es nuevo" Pero por cierto, sí lo es y cuando el presumido de Bush abandone la Argentina será mejor que enfrente a su rival, habrá seguramente importantes noticias en el futuro.

sábado, novembro 12, 2005

Condi Rice - ordem para mijar

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terça-feira, novembro 08, 2005

Usar o vandalismo e a violência para manipular grupos sociais e favorecer interesses ocultos

A metáfora do "barril de pólvora" ganhou nos subúrbios de Paris um significado literal. Jovens filhos de imigrantes deixam mais de 1300 veículos incendiados e dezenas de estabelecimentos danificados.

resumos da Imprensa internacional:
no "Congeminacoes.weblog.com.pt"

Estes acontecimentos são um chorrilho de disparates... sem explicação lógica ou racional. À medida que o tempo vai passando e se vai sabendo mais, começa a ser óbvio que existem, aqui, provocação e reacção, premeditadas e planeadas. Segundo a leitura de um luso-descendente que detém o pelouro da juventude numa autarquia próxima do foco dos acontecimentos, a polícia actuou, desde o início, de forma provocatória e a resposta não se fez esperar. Dizia ele que viu a polícia a invadir os bairros, com arrogância, fazendo barulho desmedido, o que teve como resposta, após a passagem da polícia, os actos de vandalismo.
Acrescentou que, a seu ver, o ministro do interior está a usar os incidentes para fazer a sua campanha para as próximas presidenciais, de modo a mobilizar os votos da extrema direita afecta a Le Pen.
Tudo isto é dum absurdo inaudito e não colhe. Pessoas dignas e esclarecidas não respondem a provocações, muito menos desta forma. A resposta tem de ter sido organizada, quer por máfias criminosas, quer por outro tipo de provocadores, da extrema direita, coniventes com os objectivos. Para mim, a tese dos "coitadinhos" dos marginalizados que reagem, assim, às provocações não colhe. Há muitas coisas a que se justifica que as pessoas reajam, de forma civilizada mas eficiente, sem que as reacções "!espontâneas" apareçam. Isto não tem nada de espontâneo, é manipulação, é contra os interesses das pessoas.
Será que estamos apenas a assistir a mais um exemplo da forma como se usam o vandalismo e a violência para manipular eleições e "condicionar" as escolhas dos cidadãos?
Tudo indica que sim!
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As pessoas que têm problemas procuram resolvê-los e isto não é via de resolução de coisa alguma. As pessoas não querem isto, que é terrorismo indiscriminado, ameaçando todos.
Este terrorismo, só interessa a uns poucos, portanto é anti-democrático e promovido com vários objectivos; entre os quais o de impôr a aceitação das propostas que implicam a supressão dos direitos liberdades e garantias individuais e colectivas.
Se o governo fracês procurar bem vai encontrar rastos da Al Qaeda; que é como quem diz: da CIA, MI5 ou MI6, Mossad, etc. Mas não foi para isto mesmo que o governo francês celebrou, há pouco tempo, um acordo de cooperação, com a CIA, no âmbito do combate ao terrorismo? Aí têm o "acordo" a funcionar...
É claro que, quando o governo procura interlocutores, não há... São só provocadores, criminosos...
(comentários do leitor Biranta)

 
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