“variações infímas podem alterar irreversivelmente o padrão dos acontecimentos” Uma simples mistificação dos economistas americanos, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias, cientificamente dada a conhecer á Humanidade por Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos.

segunda-feira, maio 23, 2005

Carta ao jornal "O Público" acerca da desinformação organizada sobre Cuba

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Diz o jornal que V.Excª inferiormente dirige, e já vamos ver porquê, que “reuniram-se nos arrabaldes de Havana 200 cubanos numa auto-denominada Assembleia de Promoção da Sociedade Civil (APSC)”, o que não teria nada de anormal, (tendo em conta que qualquer Assembleia Local de um qualquer bairro populoso ali se reune assim regularmente) não fôra o jornal o “Publico” ter chamado à metade da 1ª página uma foto de grande formato, dando uma importância extraordinária ao evento, intitulando-o de “reunião histórica de dissidentes em Cuba”. Num país com mais de 11 milhões de habitantes, estas “200” pessoas já haviam merecido página e meia (15 e 17) na Sexta-feira dia 20, mais meia página no Sábado, um editorial no Domingo 22 intitulado “Fidel e Dissidentes ou o principio do Fim”, e continua hoje Segunda-feira 23 com mais uma noticia de que “o governo de Castro é estalinista, totalitário e fortemente antidemocrático” e onde o jornal reconhece preto-no-branco que os “200” seriam afinal apenas “100”!
Tudo isto teria a importância relativa de uma mera manobra de propaganda, não fôra as recentes eleições para os orgãos de Poder Local que mobilizaram mais de 8 milhões de cubanos, inscritos nos cadernos eleitorais, em Abril passado, não ter merecido uma única noticia no “Publico”, por ínfima que fosse!
Os accionistas que pagam esta politica de “informação” pretendem certamente vender uma agressão, que destrua um sistema que faculta cuidados médicos e Saúde gratuitos a toda a população, que não permite que se especule com a Propriedade, que faz de Cuba um modelo de Desenvolvimento Sustentado a seguir pelos países sem recursos, onde a paisagem não está degradada pela construção desenfreada e selvagem, onde as crianças não têem de trabalhar para sobreviver, que erradicou o Racismo destruindo as desigualdades sociais, enfim e o mais importante: que extirpou o analfabetismo e proporcionou uma elevada consciência Politica a todos os cubanos, que não se deixam enganar por fotografias cuidadosamente encenadas em primeiras páginas. A recente manifestação em Havana no ultimo dia 17 de Maio, contra o terrorismo “anti-castrista” tácitamente apoiado pelos Estados Unidos, que reuniu 1 milhão e 300 mil pessoas não teve mais uma vez qualquer destaque no Publico (!). Não será difícil de adivinhar que Cuba constará dos planos do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais dirigido por Carlos Pascual no âmbito do Pentágono e da sua politica de destruição-reconstrução criativa em termos de mercado já pré-defenida para 25 paises e linearmente explicada por Naomi Klein no livro “O Auge do Capitalismo do Desastre” (The Rise of Disaster Capitalism).
Podem portanto V. Exas insistir na v/ politica de apoio a interesses inconfessáveis para que se tome de assalto e se assuma a depredação de Cuba, na certeza porém de que, por aquilo que conheço “in loco”, para invadir e conquistar esse pequeno Pais terão de matar 11 milhões de Cubanos (menos os tais 100 ou 200 do tal vosso “Congresso” que ainda assim, enfatize-se o vosso esforço, nunca conseguirão arregimentar mais de 1% da população da ilha. Que tenha má sorte na sua empresa Exmo. Sr. Director, ou se por suposição desejar que a sua sorte mude, antes dos seus prezados funcionários escreverem sobre Cuba, que consultem conhecedores profundos da situação, talvez como Gabriel Garcia Marquez ou o português Miguel Urbano Rodrigues, até talvez a José Saramago, tudo gente leiga em Economia mas com a compreensão de outros valores humanistas que servem de “motor” a outro tipo de desenvolvimento que não o apenas o proporcionado pelo dinheiro contado pelos “investidores financeiros” que têem depredado a totalidade do planeta com as suas promessas mirabolantes de consumos inatingiveis. (a tal “praga de gafanhotos” que está na moda os sociais-democratas alemães chamarem agora ao debate). Não lhe ficaria mal Exmo. Sr. Director se alguma daquelas personalidades da Cultura tivesse o direito de resposta e o vosso público leitor o direito de acesso ao contraditório. Por mim, deixo a partir de hoje de comprar o “Publico”. Basta-me ir "vendo as noticias” nas fotos de capa por aí pelas bancas, para ter uma ideia das “verdades” que vão acontecendo.Basta-me que V.Excª o mande dizer e publicar.

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