Adelino Gomes“
O destino político dos dois Portugais que faziam peito um para o outro desde a intentona do 11 de Março jogou-se entre as madrugadas de 25 e 26 de Novembro de 1975, no pequeno espaço que vai de Monsanto a Belém, em Lisboa.
Forças pára-quedistas ocuparam três bases e o comando da 1ª Região Aérea, em Monsanto. O Presidente da República, Costa Gomes, decretou o estado de sítio parcial. Uma força dos Comandos reocupou Monsanto, dissuadiu forças do RALIS de responderem e submeteu a tiro (dois mortos) a Polícia Militar.
Tratou-se de um contragolpe do sector militar moderado em resposta à tentativa de golpe ensaiado por forças da esquerda e extrema-esquerda militares ou
os pára-quedistas foram um pretexto (induzido) que justificou a acção?Quem deu a ordem de saída aos pára-quedistas?
Até onde chegavam as ligações dos moderados ao MDLP de Spínola? A quem devem ser atribuídos os louros: ao posto de comando na Amadora ou ao posto de comando principal, em Belém, isto é, a Ramalho Eanes ou a Vasco Lourenço, comandante da Região Militar de Lisboa? Qual o papel do general Pires Veloso?
Como decidiu Álvaro Cunhal a desmobilização do PCP? Quantos 25 de Novembro houve?
Independentemente das respostas, o 25 de Novembro representou o fim do PREC. Os militares regressaram aos quartéis.
A democracia parlamentar viu-se consagrada nas urnas com a vitória clara, nas presidenciais de 1976, de Ramalho Eanes sobre Otelo Saraiva de Carvalho, símbolos dos dois projectos de sociedade e das duas linhas militares dominantes em confronto naquele dia”
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