“variações infímas podem alterar irreversivelmente o padrão dos acontecimentos” Uma simples mistificação dos economistas americanos, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias, cientificamente dada a conhecer á Humanidade por Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos.

segunda-feira, outubro 31, 2005

autos de fé - ordenados pelo Marquês do Pombal

extractos (de algumas centenas)

clique na imagem para ampliar



1755 - O Terramoto de Lisboa, um livo de João Duarte da Fonseca

Neste ano do 250º aniversário do terramoto de Lisboa de 1755 têm surgido algumas novidades editoriais que abordam este dramático evento do século XVIII português. Uma dessas obras é o livro “1755 – O Terramoto de Lisboa”, de João Duarte da Fonseca, da editora Argumentum.
O autor, sendo embora doutorado em geofísica e professor de engenharia sísmica no I.S.T., não escreveu este livro na perspectiva do sismólogo, tendo tido antes a preocupação de, com uma linguagem simples, apresentar a informação essencial acerca do terramoto e do tsunami que se lhe seguiu, recorrendo abundantemente às fontes da época, dando-nos um retrato vivo dos acontecimentos daquela manhã de 1 de Novembro de 1755, em Lisboa e noutras regiões do reino, mas também em Espanha e Marrocos.
A obra dá-nos também uma perspectiva acerca de algumas das personagens centrais da história portuguesa desta época, destacando-se a figura controversa, mas incontestavelmente moderna, do Marquês de Pombal. Um dos capítulos do livro relaciona-se precisamente com a reconstrução de Lisboa, planeada por Eugénio dos Santos e Manuel da Maia, sob a coordenação de Pombal.
Mas os capítulos mais interessantes são os que se referem aos debates que o terramoto originou. Em Portugal, a maioria dos escritores atribuíam a catástrofe a uma punição divina e o padre Malagrida e o cavaleiro de Oliveira (este em efígie) foram queimados nas fogueiras da Inquisição por terem expresso opiniões heréticas acerca das origens e consequências do terramoto. Os iluministas franceses envolveram-se também numa viva polémica em que o terramoto de Lisboa foi amplamente utilizado como argumento. Esta polémica foi protagonizada sobretudo por Voltaire, que atacou os defensores do Optimismo filosófico (de Leibniz), que negava a existência do Mal. O ataque de Voltaire a Leibniz teve o seu ponto culminante na publicação do “Candide ou L’Optimisme”, onde o filósofo alemão aparecia caricaturado na personagem do barão Pangloss, incurável optimista que, no meio dos mais terríveis cenários de sofrimento, entre os quais o terramoto de Lisboa, entendia sempre estar perante “o melhor dos mundos possíveis”.
Finalmente, “1755 – O Terramoto de Lisboa” é enriquecido por 85 ilustrações, muitas delas gravuras da época que representam os efeitos do terramoto que, só por si, justificariam o interesse da obra".
Jacinto Bettencourt

"Pensões: Soares Uma, Cavaco três"

«Em termos de pensões, bem se pode dizer que Cavaco Silva bate Mário Soares por três a um, de acordo com os dados fornecidos pelas duas candidaturas presidenciais.
A polémica já estalou, em torno da pensão que Cavaco Silva recebe do erário público por ter sido durante dez anos primeiro-ministro (entre 1985 e 1995).
Soares trouxe o caso à baila, não para criticar o facto de Cavaco auferir a pensão, mas antes para desmontar o argumento do próprio Cavaco, que diz não pertencer à classe política.
O Estatuto Remuneratório dos Titulares de Cargos Políticos foi alterado recentemente (e, por exemplo, o regime para os autarcas continua a gerar polémica) na Assembleia da República. E, em nome do fim das 'regalias injustificadas', decidiu-se acabar, entre outras regalias, com as pensões vitalícias que eram atribuídas aos ex-primeiros-ministros - a pensão apenas se mantém para os ex-presidentes da República.
Mas a lei não é retroactiva e ambos os candidatos podem continuar livremente a receber as suas pensões.
Segundo dados fornecidos pela candidatura de Mário Soares, este abdicou de uma das pensões, por ter sido advogado, limitando-se a receber aquela a que tem direito por ter sido chefe de Estado. E que corresponde a 80 por cento do vencimento do Presidente da República (ou seja, a cerca de 5600 euros).
Quanto a Cavaco Silva, e segundo o que já foi noticiado, recebe três pensões, num total de 9356 euros mensais. Uma por ter sido funcionário do Banco de Portugal, uma outra paga através da Caixa Geral de Aposentações por ter sido professor catedrático de Economia na Universidade Nova de Lisboa. E uma terceira, ainda, pelo facto de ter chefiado o Governo durante uma década. Esta subvenção, segundo Cavaco, é no valor de 2876 euros líquidos por mês.
(Diário de Notícias de 31-10-2005)

sábado, outubro 29, 2005

Quatro maiores bancos lucram 727 milhões de euros

Alexandra Figueira:

"Os quatro maiores bancos privados portugueses viram os seus lucros aumentar, em média, 20% na primeira metade deste ano, quando comparada com o mesmo período do ano passado. Contas feitas, Millennium BCP, Espírito Santo, BPI e Santander Totta embolsaram mais 143 milhões de euros. No total, os lucros dos quatro bancos atingiram 727 milhões.

A Caixa Geral de Depósitos, o maior banco nacional ( e líder nos lucros no ano passado), só apresentará os resultados dos primeiros seis meses do ano em meados de Agosto.

Totta ganha 167,5 milhões
A maior subida nos resultados líquidos do semestre foi protagonizada pelo banco espanhol, que viu os lucros dispararem mais de 32%. O Santander Totta lucrou 167,5 milhões de euros em apenas seis meses, uma subida de 32,4% que a instituição liderada por Horta Osório justifica com o aumento das receitas correntes e o controlo de custos, nomeadamente a diminuição do crédito vencido.

O banco com maiores lucros absolutos, contudo, continua a ser o liderado por Paulo Teixeira Pinho. O Millennium BCP atingiu resultados líquidos superiores a 300 milhões de euros, reclamando uma subida comparável - operacional - de 21%.
Em termos absolutos, contudo, o aumento foi de apenas 2%, já que, no ano passado, três factores contribuíram para inflacionar as contas a adopção das novas regras contabilísticas internacionais (IAS) e duas operações de venda - em Maio, de uma carteira de crédito automóvel polaca (a PTF) e, um mês depois, da participação de 4,08% no banco espanhol Sabadell. Estas duas vendas por si só renderam ao BCP 46,9 milhões de euros, uma receita que não se voltará a repetir.

O Banco Espírito Santo continua a ser o terceiro maior dos privados em matéria de lucros. No semestre, apresentou ao mercado um resultado líquido consolidado de 149 milhões de euros.
Já o BPI (que aparece em número dois em matéria de aumento de lucros, a seguir ao Santander), viu o resultado líquido crescer 22%, para mais de 107 milhões de euros"

resumindo: - Os Bancos têm de lucro por mês 116 milhões de euros!, e

Dívidas das famílias aumentam

"Os juros pagos sobre empréstimos contraídos são uma das principais fontes de rendimento da banca e as famílias portuguesas estão cada vez mais endividadas. A estimativa do Banco de Portugal, publicada no Boletim Económico da Primavera deste ano, aponta para uma taxa de 117% no endividamento das famílias, em 2004. É uma subida de sete pontos percentuais face a 2003 e mais do triplo do que se verificava em 1995. Isto significa que as famílias necessitavam de ter rendimentos superiores em 17% ao que têm, para pagar as dívidas assumidas. O próprio Banco Central classifica o valor como "muito elevado, em termos internacionais". A subida do endividamento é justifica pelos "níveis historicamente baixos das taxas de juro", pela diminuição dos "spreads" praticados (a margem de lucro de quem empresta dinheiro) e ao alargamento do prazo de pagamento dos empréstimos".
----
e as despesas correntes para os consumidores tambem aumentam, enquanto que:
- A EDP teve só neste ano de 2005 até Setembro o lucro de 353 milhões de euros
- A GALP tem de lucro até Setembro 2005 - 399 milhões de euros
- A BRISA tem de lucro ate Setembro 2005 163 milhões de euros
----
PS:
espero bem que compreendam, que nós é que estamos a pagar o investimento que é a guerra contra o Iraque.

controlar o ritmo de crescimento da despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS)

A estratégia deste desgoverno para reduzir o déficit? - vão começar a reduzir a prestação de serviços públicos à população.Ora vejam:
"Cirurgias, consultas, internamentos e exames produzidos nos hospitais vai ser limitada em 2006”
O Governo vai limitar a produção dos hospitais no próximo ano para controlar o ritmo de crescimento da despesa do Serviço Nacional de Saúde (SNS), noticia hoje o "Jornal de Negócios".
A produção de um hospital diz respeito ao número de cirurgias realizadas, consultas externas, internamentos (ocupação de camas), exames médicos ou hospital de dia (atendimento sem necessidade de internamento)."
Fonte: Público
Quem serão os mais prejudicados? Serão precisamente os mais desfavorecidos, que sofrerão uma sova monumental. Pagam cada vez mais impostos e, em compensação, ficarão sem os respectivos serviços prestados pelo Estado, que vai reduzir a sua prestação de serviços.
É claro, como os pobres não têm dinheiro não recorrerão aos serviços de saúde privados. Os que têm dinheiro, pagam mais impostos, o Estado não lhes presta os serviços e voltarão a pagar, recorrendo ao sector privado.
É esta a estratégia de redução do déficit? Pagando os cidadãos mais impostos e o Estado reduzindo os serviços públicos?
Coitados dos pobres. Sem falar na nova lenga-lenga deste desgoverno, que defende uma queda nos direitos sociais dos trabalhadores e, ainda, uma queda nos salários reais do... Sector privado.
No fundo, este desgoverno pretende que todos nós tenhamos as regalias e salários dos operários do Vale do Ave. É a forma deste desgoverno em enfrentar a competição económica internacional?
Afinal, o "choque tecnológico" deu lugar ao choque fiscal (impostos em forte alta), ao choque social (salários e direitos dos trabalhadores mais baixos) e ao choque estatista (mais e pior Estado).
Quem nos acode?

Dizem que a Segurança Social está à beira da ruptura, pudera!

O que espanta é que ainda não o esteja já! O desejo dos capitalistas é de acabar com a Segurança Social para impor um esquema de reformas através de fundos de pensões privados como ocorre nos EUA e no Japão. Nestes países, ocorrem de vez em quando falências (fraudulentas ou não) desses tais fundos, que utilizam o dinheiro dos trabalhadores para jogar na bolsa. Quando tal acontece, os trabalhadores reformados ficam na miséria.
A Segurança Social tem sido descapitalizada de várias maneiras ao longo dos anos:
a) pelos patrões que não entregam as somas que correspondem a essa parte do salário dos trabalhadores; esta dívida já ascende a 2,9% do PIB!!!
b) pelo estado, que tem vindo a entregar fatias da gestão da Segurança Social a empresas privadas, que gerem muito mal e sem que haja sanções contra elas;
c) pelos governos sucessivos, que têm retirado fundos próprios da segurança social, para aplicações de dúbia utilidade pública, não repondo as verbas, ou quando o fazem, não remunerando o capital emprestado à força;
d) pelos sucessivos orçamentos aprovados na assembleia da república, pelas sucessivas maiorias parlamentares, em que as dotações do orçamento do estado são insuficientes para cobrir os chamados "regimes não-contributivos" ou seja pensões de pessoas que nunca descontaram, mas que por uma questão de solidariedade social lhes é atribuída a pensão mínima; são muitos os casos como sabemos, neste país.
http://dn.sapo.pt/2005/07/18/
----
Fundos Pensões da Banca
Eis um resumo dum estudo de Eugénio Rosa que diz que a banca paga metade da taxa de IRC, as remunerações dos trabalhadores representam apenas 30% do “VAB” do sector, e faltam 530 milhões de contos nos fundos de pensões. Entre outras coisas... O estudo completo pode ser encontrado em:
http://infoalternativa.fateback.com/autores/eugrosa/eugrosa057.htm

domingo, outubro 23, 2005

VPV e o Orçamento de Estado para 2006


Excepto na extrema-esquerda, não há economista em Portugal que não ache o Orçamento de Estado uma perfeição. A ideia parece ser esta: o que é necessário é bom. O Orçamento á necessário: logo é bom. O que se pode aplicar a uma perna: se é necessário cortar uma perna, cortar uma perna é bom. Mas como certa gente se recusa a perceber a evidência, os doutores da economia, como os doutores da medicina, acrescentam pressurosamente que a felicidade da vítima nada sofrerá com o Orçamento ou sem a perna. Afinal, explicam eles, não se trata de viver pior. Quanto muito ficams na mesma (ou, pelo menos quase a mesma) e, como já víviamos bem, não devemos fazer um drama por não viver melhor. Basta de exageros. Até porque, segundo Silva Lopes, só os previligiados vão sofrer (se alguem vai sofrer) e os previlégios não merecem contemplações. Por exemplo, a aristocracia francesa tambem perdeu os dela durante a revolução. Os funcioários públicos não passam da versão moderna do duque de Biron ou da princesa de Lamballe e o Governo, na sua benevolência, nem seuer pensa em os guilhotinar.
Ainda por cima, o sr. Ministro das Finanças não quis, jura ele, que o Orçamento fosse o big-bang (?). De maneira nenhuma, ele prefere não “ir à bruta”. Prefere mondar a despesa pouco a pouco, com suavidade. Monda, claro, primeiro nos mais fracos: nas pensões, no subsidio de desemprego, nas “despesas com pessoal”. Mas tambem em tudo o resto e com uma significativa racionalidade. Os grandes “gastadores”, como a Saúde e a Educação têm aumentos ridiculos (0,9 por cento e 0,2 por cento), que de facto escondem uma preda efectiva. E, para disfarçar, a Cultura e a Ciência, Tecnologia e Ensino Superior sobem um bocadinho de um patamar baixissimo. Por outras palavras, começou a erosão que vai levar ao fim do Estado-Providência. Com cuidado, com a desculpa do imperativo económico e com a mentira de que o bom tempo voltará. Não voltará. E para a operação não causar distúrbios, convém anestesiar o doente.
A consequência politica deste extraordinário exercicio de hipocrisia ainda está para se ver. Até hoje os portugueses votaram contra. Contra Guterres, Santana e, ultimamente, Sócrates. Suponho que tencionam agora votar em Cavaco contra a realidade e contra o mundo. Para mal de Cavaco, o mundo e a realidade lá por isso não desaparecem.

quinta-feira, outubro 20, 2005

NEM CAVACO, NEM SOARES



Não votarei Cavaco! Por razões ideológicas e políticas.
.
Razões ideológicas, porque se trata de uma personalidade de Direita, nos seus princípios e no seu comportamento, individualista e incapaz de qualquer atitude solidária, mesmo com os seus correligionários e com o “seu” partido, de que apenas se serviu e serve para alcançar o poder, cultivando a imagem do “professor que nunca se engana” e do “homem providencial”, de que fala Manuel Alegre.
.
Razões políticas, porque, como já aqui afirmei, em meu entender malbaratou um dos períodos melhores da nossa história recente para arrancar definitivamente Portugal do atraso e do marasmo em que ainda hoje, infelizmente, nos encontramos!
.
Mas quero igualmente deixar claro que não votarei Soares! Não tanto por razões ideológicas — apesar de tudo, será sempre uma das referências da "Esquerda" que tem enganado o país desde há 30 anos — nem mesmo por razões políticas — enquanto PM foi “obrigado” a governar nos períodos mais difíceis e, embora recorrendo a políticas impopulares, conseguiu equilibrar as contas públicas e recuperar a economia.
.
Não votarei Soares sobretudo por razões éticas! Que não são menos importantes…
.
A sua sede de poder é de tal forma desmedida que, para alcançar os seus objectivos, é capaz de tudo; até de descartar-se dos seus maiores amigos, como aconteceu com Lopes Cardoso, Kalidás Barreto, Salgado Zenha e agora, Manuel Alegre.
.
Mas Soares não quer apenas o poder politico a qualquer preço.
Mais grave do que isso, serve-se dele para aumentar o seu património pessoal. Foi o que aconteceu pouco depois da sua primeira eleição para a PR e que o seu ex-camarada Rui Mateus denuncia no seu livro “Contos Proibidos - Memórias de um PS Desconhecido”.
Segundo Mateus, Soares, já então “presidente de todos os portugueses”, fez “apenas” isto:
— fundou um grupo empresarial, controlado a partir da empresa Emaudio, à frente da qual colocou Rui Mateus, destinado a usar os fundos financeiros que sobraram da campanha presidencial;
— passou a captar os apoios monetários antes dirigidos ao PS, através da Fundação de Relações Internacionais, que passou para o controlo do seu grupo
— financiou a sua reeleição com os fundos anteriormente recolhidos;
— colocou os amigos (Almeida Santos, Carlos Melancia) e o próprio filho, João Soares, como testas-de-ferro, reunindo com eles amiúde, em Belém;
— convidou magnatas internacionais (Rupert Murdoch, Silvio Berlusconi, Robert Maxwell e Staney Ho) a investirem no seu grupo a troco de avultadas luvas;
— fechou negócio com o "socialista" Maxwell e garantiu um "mensalão" que haveria de render à Emaudio a "bonita" soma de 30 mil euros mensais;
.
Só há quatro anos, com a adesão de Portugal à Convenção Penal Europeia contra a Corrupção, o tráfico de influências passou a constituir crime no nosso país. Mas a ética política é um valor permanente e a sua violação não prescreve.
.
Por tudo isto, está decidido. Não votarei Cavaco nem Soares. Nem mesmo à segunda volta, se houver e a disputa for entre os dois (o que espero ardentemente não venha a contecer!).
Na política como na vida, não pode valer tudo!
.
CAVACO, UM MAU EXEMPLO EM BELÉM!
.
a) É ou não verdade que, no seu longo consulado de dez anos, Cavaco beneficiou de condições absolutamente excepcionais, algumas das quais irrepetíveis — avultados fundos comunitários, receitas chorudas da venda de empresas públicas, petróleo a baixo preço, dólar barato, economia internacional em expansão?
.
b) É ou não verdade que, Cavaco governou a maior parte do tempo com maiorias absolutas, o que constitui uma inegável vantagem para uma governação eficaz?
.
c) É ou não verdade que o betão e o asfalto foram os principais legados do "milagre cavaquista", ficando o CCB para a história como um monumento à derrapagem e falta de rigor orçamental?
.
d) É ou não verdade que Cavaco nada fez para combater a corrupção , designadamente no que se refere ao roubo — porque de roubo se tratou! — dos fundos comunitários?
.
e) É ou não verdade que, enquanto os fundos comunitários se "evaporavam", as pescas, a agricultura e a indústria (particularmente a têxtil) levavam o "golpe de misericórdia"?
.
f) É ou não verdade que o "especialista das finanças públicas" e "defensor do rigor orçamental" nunca conseguiu conter as despesas públicas e aproximar o défice dos 3% dos critérios de convergência (6,6 7,6 4,8 8,0 7,7 5,5 — de 90 a 95)?
.
g) É ou não verdade que Cavaco, apesar de ter gozado de condições de governabilidade excepcionais, foi incapaz de colocar o país na rota do desenvolvimento (tendo antes aberto o caminho para o seu irremediável afundamento na cauda da Europa) enquanto outros (Irlanda, Espanha,…) quiçá com condições menos favoráveis, conseguiram desenvolver-se?
.
Obviamente que tudo isto é verdade. Pelo menos para quem veja as coisas com um mínimo de seriedade intelectual. Ainda que seja adepto do Professor…
.
Cavaco pode (ou não) ser considerado um reputado economista e um brilhante académico,na área do Neoliberalismo.
Como PM a sua "obra" fala inequívocamente por si:
malbaratou um dos períodos melhores da nossa história recente para arrancar Portugal do atraso e do marasmo em que infelizmente ainda nos encontramos!
.
É por isso que eu não o quero em Belém!
Por muito que fale, será sempre um mau exemplo para quem queira governar seriamente este país!

(post de um leitor do Expresso Online)

o embuste chamado Cavaco Silva.




COMO TUDO ACONTECEU...

Quando Maria de Lurdes Pintasilgo foi primeira ministra de um governo da iniciativa de Ramalho Eanes, antes de sair do seu posto resolveu aumentar as pensões sociais de certas camadas de pensionistas. Foi um aumento considerável.
.
Sá Carneiro, na altura a preparar a AD, criticou fortemente esse aumento. A AD ganhou a seguir as eleições e foi para o governo, com Cavaco Silva em ministro das Finanças. Não tardou muito e fez novo aumento dessas pensões, o que fez com que num só ano essas pensões tivessem aumentado cerca de 45%. Começou aqui o descalabro despesista do Estado.
.
Mas, como o preço do petróleo entretanto tinha subido muito, de 12$/barril, para perto de 40$/barril, e como Sá Carneiro faleceu no acidente de Camarate, e era depois Pinto Balsemão o primeiro ministro, Cavaco Silva, prevendo mau tempo no canal para a economia mundial e portuguesa abandonou o barco da AD e recusou ser ministro do governo de Balsemão. Este ficou amuado e com o tempo se veria que nunca lhe perdoou este abandono do barco em pleno naufrágio.
.
A AD, esfrangalhada por lutas intestinas e pela crise económica que levou o país à beira da bancarrota, acaba por perder as eleições em 1983 e dá lugar a um governo de salvação nacional presidido por Mário Soares, com Mota Pinto em vice-primeio ministro. Foi o governo do bloco central.
.
Mário Soares teve de recorrer ao FMI para resolver a situação, com a ajuda do seu ministro das Finanças, Hernani Lopes. Em 1985 as contas públicas estavam recuperadas e o caso deu brado nos meios financeiros internacionais. Portugal passou a ser um exemplo de bom aluno do FMI.
.
Mas esta recuperação das finanças públicas custou popularidade a Mário Soares e ao PS, que na altura fez outra grande reforma, a do arrendamento, matéria tabú para os governos anteriores. E o PSD, com Cavaco Silva, sobe ao poder.
.
Iniciava-se na altura a recuperação da economia mundial depois do choque do petróleo de 1980/81, com a descida forte do preço do petróleo. Cavaco Silva, bem infomado sobre os ciclos económicos, viu que teria um período de vacas gordas para fazer figuraço, até porque Portugal se preparava para entrar na CEE e iria receber chorudos fundos comunitários.
.
Cavaco Silva passou então a governar com três Orçamentos, o geral do Estado, o dos fundos comunitários e o das privatizações da banca, seguros, etc.
.
Foi um fartar vilanagem, dinheiro a rodos para distribuir pela clientela, incluindo centenas de milhares de funcionários públicos. O despesismo estatal no seu melhor! Fez obras, sim senhor, incluindo o CCB, que era para custar 6 milhões de contos e custou 40 milhões, segundo se disse na época. O rigor cavaquista no seu melhor!
.
Anos depois vem a guerra do Golfo, com implicações económicas fortes a nível internacional, e Cavaco Silva, prevendo período de vacas magras e já com ele em andamento, resolveu abandonar o barco e parar de governar e entregou o testemunho ao seu ex-ministro Nogueira. Este perdeu as eleições para Guterres e em 1996 iniciava-se a recuperação da economia mundial. Foi um bom período para Guterres, que continuou o despesismo de Cavaco Silva, já que este último tinha deixado o campo minado por sistemas automáticos de aumento da despesa pública, o MONSTRO cavaquista de que viria a falar Miguel Cadilhe, além de milhares de contratados a recibos verdes no aparelho do Estado, que Guterres teve de integrar nos quadros do Estado para não ter de mandar para a rua gente que há anos não fazia outra coisa senão trabalhar para e dentro do aparelho de Estado.
.
Foi este o percurso do despesista Cavaco Silva, o que como ministro das finanças da AD aumentou num ano, pela segunda vez, milhares de pensionistas, e o que, como primeiro ministro, aumentou a despesa pública de tal ordem que os défices públicos da sua governação, se limpos das receitas extraordinárias, subiram tanto (chegou a 9% do PIB) que o actual défice das contas públicas é apenas mais um no oceano despesista inventado por Cavaco Silva nos longínquos tempos da AD e continuado nos tempos em que foi primeiro ministro, depois da recuperação heroica dos tempos de Mário Soares e Hernani Lopes, nos anos 1983-85.
.
É neste despesista disfarçado de rigor que devemos votar para PR? Desculpem, se quiserem propor Hernani Lopes para PR, podem contar com o meu voto. Mas como ele não aparece a candidatar-se a PR, vou votar em quem o ajudou a salvar Portugal da bancarrota provocada pela AD de Cavaco Silva. E esse alguém é Mário Soares.
.
Estes os factos. E eu voto em factos, não em mitos e miragens. Mário Soares tem um brilhante CV em controlo da despesa pública (governos de 1977/78 e 1983-85). Cavaco Silva tem um brilhante CV no descalabro das contas públicas.
.
Qualquer economista, se intelectualmente honesto e conhecer um pouco da nossa História recente, rejeita liminarmente este embuste chamado Cavaco Silva. Se ele for presidente da República, como pode ele pregar moralidade económico-financeira quando ele foi e é ainda o pai do MONSTRO? Monstro que agora Sócrates se esforça por abater com as reformas profundas que está a fazer.
.
Para os mais novos aqui fica a radiografia do embuste chamado Cavaco Silva.

(da autoria de um leitor do blogue "Grande Loja do Qeijo Limiano")

quinta-feira, outubro 06, 2005

Francisco Suárez

La solución posiblemente la propuso hace ya muchos años antes, entre 1500 y 1600, el jesuita español Francisco Suárez. Él fue el que analizó con más profundidad el "origen del poder". Sin Poder no hay posibilidad de influir.
Suárez es contrario a la teoría del origen divino de los reyes (Poder) que con tanto ardor se defendió en los países protestantes. El "poder real" no viene inmediatamente de Dios - de acuerdo con Suárez-, sino que el poder real tiene que fundamentarse en el consentimiento del pueblo. Es el pueblo quien tiene el Poder, la soberanía. Por eso el pueblo puede retirar legítimamente su consentimiento a los soberanos indignos de ejercer el Poder que él ha depositado en sus manos.
En esta teoría subyace un claro desarrollo de la soberanía popular que más tarde se desarrollaría, adquiriendo nuevas fundamentaciones religiosas y laicas. Las ideas de Francisco Suárez, unidas a las de otros pensadores españoles de la época, fueron las que dieron origen a los movimientos independentistas de la América Hispana. No hay que buscar culpables en George Bush, en la Agencia Federal de Control de Emergencias, ni en la CIA, ni airear las críticas que ha hecho el ex secretario de Estado, Colin Powell, como si fuera el albacea de la moral, la honradez o la libertad.
El germen, el gen, está dentro de todos nosotros. Incluso de los críticos a ese sistema. Porque lo que no sirve, lo que no funciona, es el propio Sistema...

Eugenio Pordomingo
Sociólogo. Colabora con los medios de información más importantes de España. Autor de "Fraga, a la búsqueda del poder". En la actualidad está preparando otro trabajo sobre el paso de José María Aznar por la Presidencia española. Además es Director de Espacios Europeos y colaborador de Rebanadas de Realidad - Espacios Europeos, España, 21/09/05.

 
Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com