“variações infímas podem alterar irreversivelmente o padrão dos acontecimentos” Uma simples mistificação dos economistas americanos, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias, cientificamente dada a conhecer á Humanidade por Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos.

quarta-feira, setembro 28, 2005

a "Bolha" do Imobiliário



Robert Kurz

Economistas neoliberais e críticos tradicionais do capitalismo têm uma coisa em comum: uns e outros admiram a dinâmica capitalista que aparentemente não tem entraves. Mas a acumulação do capital há muito que ocorre essencialmente nos mercados de capital-dinheiro, sob a forma de bolhas financeiras sem substância. Uma parte crescente da produção de mercadorias, real mas pobre em trabalho e nesse sentido substancialmente "desvalorizada", tem como pressuposto a liquidez e poder de compra provindos destas bolhas financeiras, que não constituem um provento regular (salário ou lucro) de anteriores processos de produção. Como é sabido, nos anos noventa investimento e consumo foram em grande parte financiados pelas bolhas financeiras das bolsas. Desde o colapso da New Economy e da forte baixa das "blue chips" dos valores accionistas tradicionais esta liquidez foi massivamente reduzida; muitas empresas e indivíduos assentam em grandes perdas. Por todo o lado houve um forte rasto de travagem na conjuntura.
Não se vislumbra um novo surto de mobilização de "trabalho abstracto". Mas a constituição de bolhas estendeu-se das acções a outros sectores, nomeadamente aos empréstimos às empresas e acima de tudo imobiliárias. No Japão, o enchimento e esvaziamento simultaneamente das bolhas das acções e do imobiliário levou já no início dos anos noventa a uma crise financeira da qual o país nunca mais se restabeleceu. Nos USA e na Grã-Bretanha, pelo contrário, a especulação do imobiliário desenvolveu-se apenas após o fim da alta das bolsas e aguenta agora a conjuntura. Entretanto, esta nova constituição de bolhas alastrou a outros países. E em Espanha pode dizer-se que à volta de 18% do produto interno bruto é hoje induzido por ela, enquanto a base produtiva emigra em força para a Europa Oriental (ainda mais barata).
As casas são revendidas com ganho mesmo antes de estarem prontas. Valorizações anuais entre 10% e 30% tornam o sector interessante, mesmo para as transnacionais do capital-dinheiro. Para cujo fluxo foram criados em numerosos países "instrumentos comerciais aligeirados" (Neue Zürcher Zeitung), com efeitos de "eficiência fiscal", segundo o modelo dos "Real Estate Investment Trusts" (REIT) dos USA; é o que acontece no espaço asiático, em França e, em breve, na RFA. Neste caso não é apenas o ganho financeiro que flui em grande parte para o consumo e gera produção sem substância, como acontecia antes com as acções. Diferentemente da bolha accionista, agora o objecto da especulação não são simples papéis, mas construções mesmo. O capital fictício sem base real de valor é posto em betão, canalizações, instalações, etc., até ao boom no camião basculante do entulho. A conjuntura aparentemente real está contudo desacoplada da produtividade e dos proventos regulares em redobrada potência. Assim nascem "estrelas de crescimento" sem base na produção de valor.

Também a bolha do imobiliário se há-de inevitavelmente esvaziar . Com a subida dos juros, o financiamento com taxas de juro variáveis, como em Espanha e Inglaterra, coloca em plano inclinado e leva à ruína os muitos médios construtores especulativos e a seguir os bancos, ou os bancos directamente, no caso de financiamentos com taxas de juro fixas, como nos USA e na RFA. O resultado será, tal como na queda dos valores fictícios das bolsas, uma gritaria dos "pequenos capitalistas" sobre a fraude e contra os maus "junkies do dinheiro", outra vez em tom anti-semita. Enquanto o entendimento humano, não tão saudável assim, recusar obstinadamente o reconhecimento de que as bolhas financeiras são apenas a outra face do desenvolvimento das forças produtivas, que torna o trabalho abstracto cada vez mais supérfluo, a experiência das pesadas consequências dos crashes financeiros só pode desembocar em ressentimento abafado.

(Original "DIE IMMOBILIEN-BLASE", Neues Deutschland, 08.07.2005)

A DESVALORIZAÇÃO DO VALOR

Robert Kurz

O capitalismo não é outra coisa senão a incessante "valorização do valor", aparecendo como um fim-em-si-mesmo de transformar dinheiro em mais dinheiro. Onde está o valor? Segundo Marx, no "trabalho abstracto" representado nas mercadorias, na massa de "nervo, músculo e cérebro" gastos no processo de produção. Mas apenas é válido o trabalho que corresponde ao standard de produtividade. O qual é medido pelo mercado e pela "muda coerção da concorrência" (Marx) nele dominante. No mercado mundial, à falta de outra medida, impõe-se o nível mais alto de produtividade dos países capitalistas centrais. Os países periféricos só podem manter a sua força de trabalho através de brutais vendas ao desbarato, quando muito. Sob estas condições, o trabalho de milhares de trabalhadores chineses mal pagos não é maior como produto válido do valor que o de um trabalhador ocidental high tech. Pelo que não passa de uma ilusão de óptica pensar que o emprego massivo de trabalho barato na China, na Índia, etc., haveria de puxar para cima o produto global de valor na mesma escala.

Na terceira revolução industrial o standard da produtividade foi levantado cada vez mais alto. Porém, quanto mais alta a produtividade, tanto menor a quantidade válida de trabalho representada por cada mercadoria individual e portanto menor o valor desta. Aqui se manifesta a auto contradição lógica do capitalismo: por um lado a sua finalidade continua a ser a infindável acumulação de valor, por outro lado ele próprio socava progressivamente a substância do valor. Historicamente esta contradição foi compensada pela expansão capitalista: quanto menor o valor de cada mercadoria, tanto mais mercadorias tinham que ser produzidas e vendidas. Mas aqui está estabelecido um limite interno lógico. A qualquer momento deixa de valer a pena entulhar o mundo com mercadorias. Juntamente com a substância do valor cai também o poder de compra, que é apenas um momento daquela. Na terceira revolução industrial a equação já não dá certo: ao desemprego global em massa corresponde a desvalorização interna das mercadorias. Com uma dose de substância do valor tornada homeopática os produtos já são autenticamente apenas bens naturais; pelo que já só artificialmente podem ser forçados à forma do preço em dinheiro.

O dinheiro, porém, como "equivalente geral" não é senão a mercadoria escolhida para rei. Em última instância, a função do dinheiro como "meio de conservação do valor" exige uma substância de valor própria. Historicamente foram os metais nobres os promovidos a esta função, porque representavam "trabalho abstracto" de modo particularmente condensado. Mas apesar da acelerada circulação do dinheiro, já nem todo o ouro do mundo poderia representar a crescente massa de mercadorias. No século XX o dinheiro foi desacoplado da substância do valor dos metais nobres; a última ligação foi rompida em 1973, quando se cortou a ligação ao ouro do dinheiro mundial dólar. A garantia apenas jurídico-estatal do dinheiro ficou porém frágil. Daí as crescentes inflações e crises do dinheiro e da moeda. Atrás do dólar está hoje apenas a máquina militar dos USA; atrás do euro não há nada; em todo o caso a maioria das outras moedas já caíu. A ameaça de uma grande crise monetária mundial não vem da concorrência entre o dólar e o euro, mas da dessubstancialização do dinheiro em geral. À desvalorização da força de trabalho corresponde a desvalorização das mercadorias e esta leva à desvalorização do dinheiro. Com isto é a relação social fetichista da modernidade em geral que passa à disponibilidade.

Original: DIE ENTWERTUNG DES WERTS em Neues Deutschland 10.06.2005

terça-feira, setembro 27, 2005

ONU - Reforma Impossivel, uma outra ONU é possivel?

Gabriel Ezkurdia (Grano de Arena-info ATTAC.ORG)

El autor avala su demoledora tesis partiendo de una retrospectiva histórica del nacimiento de su institución, llegando a su defunción tras la primera guerra de EEUU contra Irak y en un escenario de derrumbe de la URSS. El fiasco de la actual cumbre sería la prueba de que la actual ONU es irreformable. La actual, porque otra ONU es posible, pero, advierte, sólo si se recrea desde parámetros independientes
La ONU cumple 60 años. Si bien desde diciembre de 1991, cuando se diluyó la URSS, se le diagnosticó un coma profundo realmente generado un año antes por la crisis del Golfo de 1990 con su Tormenta del Desierto unilateral, desde el 20 de marzo de 2003 la ONU está clínicamente muerta, aunque pocos o nadie se atrevan a dar por bueno el diagnóstico. Resucitarla, o sea, reformarla, es una labor imposible, no hay más que ver como transcurre la cumbre que debiera rehabilitarla. Mucha parrafada, poco consenso, mucha galería, poco acuerdo. La ONU es víctima de su propio ser, una concepción operativa anticuada y de una realidad orgánica obsoleta.

En 1945 se dio finiquito oficial a la Sociedad de Naciones, incapaz de desactivar la Guerra Mundial (y sus guerras previas, Etiopía, España, Euskal Herria...) y entonces obsoleta para hacer frente a la inminente gran ola de procesos de descolonización en el marco de una realidad internacional bipolar emergente. En 1991, la ONU, configurada tras la II Guerra Mundial como pista de aterrizaje de unas relaciones internacionales que evolucionaban en la lógica de una bipolaridad integral, fue incapaz de estar a la altura de los acontecimientos. Diluido el polo «soviético» y en plena revolución tecnológica, generadora del trepidante proceso globalitario, la ONU pasaba a ser el instrumento perfecto que el polo dominante y unilateral, la Hiperpotencia estadounidense y sus adláteres, utilizaron para legitimar la expansión globalizadora del modelo neoliberal mediante el «intervencionismo humanitario» y los «procesos de paz».
Con un Consejo de Seguridad gerencial dominado por las potencias vencedoras de la Guerra Fría y la «ausente», por motivos propios, China, la ONU pasa a ser, desde 1990, la ventanilla burocrática que asiente el «doble rasero» como eje de las políticas internacionales. Centenares de resoluciones retóricas se pierden tras la acción impune de los gestores, mientras un puñado de resoluciones legitiman la intervención neocolonial. Todo termina prácticamente en marzo de 2003 con la premeditada invasión ilegal de Irak, aunque quizá teóricamente desde el 11-S de 2001, la ONU había dejado de ser el instrumento legitimador necesario de la Megapotencia herida.
La ONU es irreformable, porque hoy no tiene objeto. Intentó ser foro de mediación durante la Guerra Fría, y fue instrumento legitimador de la potencia vencedora tras ella, pero hoy nadie necesita de sus parciales servicios. Es, además, una institución rehén económicamente del presunto Gendarme Mundial, desautorizada una y mil veces por los hechos, incapaz de consensuar y desarrollar una agenda común por su falta absoluta de independencia, y sobre todo orgánicamente obsoleta, por ser un inmenso dinosaurio burocrático, que hace que la tantas veces mentada burocracia soviética sea la más operativa de las organizaciones. Es por tanto, una realidad superada, que no aporta nada, y no hace más que parchear con su presencia y seudodiplomacia legitimando decenas de situaciones que generan un sufrimiento atroz de millones de seres humanos, desde Irak hasta los Grandes Lagos, pasando por Cachemira, Chechenia (un «conflicto interno» como «ya se sabe») o el Sahara.
Luchar contra «el hambre», instituir «el diálogo y el acuerdo» como bases de las relaciones internacionales, gestar una Alianza «de civilizaciones», impulsar la lucha «contra el terrorismo», cumplir con los «Objetivos del Milenio», proteger «el Planeta»... Discursos fatuos, genéricos, sin compromisos, sin diagnóstico crítico, sin cuestionamiento del Sistema. La «Reforma» es la adecuación del órgano legitimador de las actuales coordenadas de injusticia y opresión mundial ¿Quiénes se reúnen? ¿Qué legitimidad tienen? ¿Qué objetivos, al margen de la propaganda? ¿ Qué servidumbres?

¿OTRA ONU ES POSIBLE?

La ONU debiera ser recreada. Desde parámetros independientes. Como Foro Mundial capaz de impedir que este proceso global siga por los derroteros del caos neoimperial. Como ámbito de encuentro e interacción de todas las comunidades y naciones en peligro de muerte por el uniformizante Tsunami globalitario. Como instrumento impecable de prevención y sanción de los apologetas y activistas de la guerra. Como Fondo de solidaridad operativa para la superación de la desigualdad mundial. Como Gendarme ecológico que vele por el Planeta. Otra ONU es posible. Otra ONU es necesaria. Nueva, multilateral, plural, activa, libre, soberana.
Una ONU que denuncie con resoluciones efectivas a los EE.UU como responsables políticos y militares del caos mundial tras la decisión ilegal de invadir Irak; a Israel por sustraerse a la acción resolutiva de la antecesora ONU; a decenas de estados por explotar, torturar y asesinar a sus súbditos, por oprimir a naciones ansiosas de libertad... Resoluciones de verdad, contundentes, respaldadas, valientes, operativas, ineludibles.
Pero esa ONU, la ONU del siglo XXI , es, por ahora, utópica, o sea, revolucionaria. Los miembros del actual Orden Mundial impiden que los actores y agentes que debieran constituirla puedan operar, avanzar. El actual orden constriñe toda opción internacional que sugiera un cambio radical de Instituciones o Foros. La lógica Norte-Sur, la Doctrina de la «prevención antiterrorista», la milonga de la «libertad de mercados» y «democracias plurales», o sea, votocracias y la «no rectificación de fronteras», son los ejes sobre los que pivotan las actuales Relaciones Internacionales. Unas «relaciones» caracterizadas por la sumisión jerárquica entre estados, instituciones internacionales y «agentes con influencia». De ahí que toda opción que busque la ruptura de dicho marco o lo cuestione, sea criminalizada y reprimida.
Mientras, seguiremos viendo como languidece hasta límites execrables el actual marco institucional internacional que protagoniza la siempre idealizada ONU y sus agencias.-

domingo, setembro 25, 2005

"Xanana Gusmão Acusa a Austrália de "Má Fé": "Roubam-nos o Petróleo e Depois Fazem Conferências Sobre Transparência"

entrevista de Adelino Gomes
http://jornal.publico.pt/publico/2004/04/27/Destaque/X01.html (excl.linkador/pagador)

Em todas as minhas saídas tenho falado disto com chefes de Estado e de Governo. Uns dizem "chocante, chocante"; outros "vamos ver"; outros ficam apáticos. Agora é tempo de nós gritarmos: "Não, isso é usurpação". A má fé [dos australianos] é que prevendo que nós íamos pôr o caso no Tribunal Internacional, saíram da sua jurisdição. Que pouca vergonha! Utilizam todos os meios sujos para nos dizerem que não temos direito [à exploração do petróleo que reclama]. Como nos disseram que não tínhamos direito à independência; que estávamos muito bem com a Indonésia. [A Austrália] Foi o único país de cariz ocidental que reconheceu a integração. Porquê? Por causa do petróleo. E depois aparece no fim de eles já terem queimado tudo. Eles que já estavam preparados desde 98! Não é porque somos pequenos que nos vamos calar.

P. - Admite a hipótese de pedir a mediação internacional?
R. - Estou a alertar a opinião pública e os governos amigos. Aos doadores, inclusive, que desde 2000 nos estavam a apontar para as receitas do mar dizendo: 'Não pensem que vão depender da nossa ajuda. Olhem ali para o mar. Assinem já o acordo'. Recebemos todas as pressões possíveis nesse ano e no seguinte.

P. - Agora...
R. - Agora dizem que não vai haver mais "grant"[doação]. E que temos que pensar no "soft loan" [empréstimo suave]. "Soft loan" em termos de quê? Vamos pedir dinheiro e depois pagamos com quê? Se o vizinho grande, poderoso, nos rouba o dinheiro para pagarmos o "grant", vamos ficar endividados. Vamos ser mais um nesta lista de endividados do mundo inteiro,"

quarta-feira, setembro 14, 2005

Organizar a oposição a Lula

Paulo Jonas de Lima Piva

"Uma mistura apática de farsa e tragédia: esta talvez seja a melhor definição para a atmosfera política do atual momento histórico brasileiro. Com Lula e o PT domesticados pelo FMI e leais aos planos do capital financeiro, o ataque aos direitos do povo e a dizimação do que resta da presença do Estado na sociedade serão efetivados com muito mais rapidez e eficácia. A mídia, totalmente interessada na consolidação do projeto neoliberal brasileiro, já está fazendo a sua parte. Boris Casoy, Arnaldo Jabor e outros cães de guarda e bobos da corte da ordem conservadora estão desempenhando, e com muito entusiasmo, o papel que lhes cabem de manipulação das consciências e de distorções dos fatos. Aqueles que se opõem às reformas são caricaturados e satanizados, como ocorre com a esquerda do PT, em particular, com os destemidos parlamentares Lindberg Farias, Babá, Heloísa Helena e Luciana Genro, os quais, aliás, deveriam ter abandonado o PT logo no primeiro turno das eleições presidenciais, quando a cúpula petista assumiu compromissos com o capital, com setores das oligarquias nacionais e com o FMI.
Embora a conjuntura não seja propícia para tal, visto que a popularidade de Lula (graças a Duda Mendonça e aos empresários dos meios de comunicação) ainda é alta, a necessidade de se organizar uma oposição ao governo petista é premente. Forças populares e segmentos políticos para isso não faltam, a começar da própria esquerda do PT. O primeiro passo é a unificação dessas tendências na forma de um novo partido ou de uma frente de esquerda baseados num programa mínimo de ação e de propostas. O PSTU poderia ser esse núcleo. E a primeira tarefa desta alternativa ideológica e política ao PT deverá ser desmistificar a idéia de que o governo Lula é um governo dos pobres, denunciando sistematicamente todas as suas medidas antipopulares e em prol do capital. Nesse sentido, uma grande mobilização de repúdio às reformas neoliberais de Lula e a favor de reformas que ampliem os direitos dos trabalhadores e penalizem os lucros das grandes corporações financeiras pode ser a primeira inserção política concreta nesta nova fase da luta de classes. E como entre a política econômica de FHC e de Lula não há essencialmente nenhuma diferença, uma campanha de debates sobre a proposta de “Fora Lula e o FMI!” pode ser um passo seguinte. O importante é que esse novo instrumento de luta dos trabalhadores não tema ir na contramão do senso comum e, sobretudo, que ele fortaleça suas imunidades contra o revisionismo centrista, este, um protagonista histórico de farsas e tragédias".

terça-feira, setembro 13, 2005

Omissões e Distorções

Juan Gelman

Zaman, diario de Estambul y quinto en importancia de Turquía, afirmaba hace un par de semanas "la posibilidad de que Al Qaida no sea, estrictamente hablando, una organización, sino elemento operativo de un servicio de inteligencia". Especialistas turcos en materia de inteligencia coinciden en que la organización Al Qaida no existe. Más bien es el nombre de una operación de los servicios secretos. El concepto 'lucha contra el terrorismo' es el sustento de la 'guerra de baja intensidad' que tiene lugar en el orden mundial unipolar. El sujeto de esta estrategia de tensión es denominado 'Al Qaida'" (kutnimno.com/blog/?p=908, 15-8-05). Como gritaba un personaje de Shakespeare corriendo hace unos siglos por el tablado del teatro El Globo, son noticias viejas.
La Casa Blanca acusó inmediatamente a Osama bin Laden y Al Qaida de los atentados del 11/9, pero en vez de destinar a su captura el enorme aparato militar y de espionaje con que cuenta, intervino en Afganistán, invadió Irak y se prepara a desatar la guerra contra Irán. Algo inexplicable si no fuera porque Asia central es un objetivo estratégico para EE.UU. y no sólo por sus enormes reservas de petróleo: en sus territorios se produce el 75 por ciento del opio mundial, cuyo contante y sonante beneficia tanto a monopolios e instituciones financieras como a la CIA y al crimen organizado. De modo que Bin Laden, a quien W. Bush quería "vivo o muerto", desapareció del discurso oficial. Hechos recientes lo han devuelto a los medios norteamericanos.
El lunes 16 de agosto pasado, el teniente coronel Anthony Shaffer, ex oficial de inteligencia del ejército de EE.UU., declaraba a The New York Times y a Fox News que más de un año antes del 11/9 el Pentágono conocía la identidad y actividades de Mohamed Atta, piloto del primer avión que se estrelló contra las Torres Gemelas, y de otros tres participantes en el atentado (The Washington Post, 19-8-05). Shaffer fungía como enlace entre el equipo Able Danger -unidad de inteligencia creada para combatir específicamente a Al Qaida- y el departamento de inteligencia del Pentágono y está convencido de que había elementos suficientes para conocer con antelación e impedir luego los ominosos atentados. El representante republicano Curt Weldon piensa y dice exactamente lo mismo. Para Thomas Kean y Lee Hamilton, presidente y vice de la comisión que investigó el ataque, son alegaciones sin fundamento. En su largo informe final, la Comisión había postulado rotundamente que ningún servicio de inteligencia norteamericano había identificado como terrorista a Mohamed Atta antes del 11/9.
Shaffer declaró que en el 2000 intentó vanamente reunirse con el FBI para advertirle que una célula terrorista estaba activa en territorio de EE.UU.: el Comando de Operaciones Estratégicas del Pentágono, instancia a cargo de toda la labor antiterrorista, se lo prohibió tres veces. En octubre de 2003 repitió su testimonio ante varios miembros de la comisión en un encuentro que tuvo lugar en Afganistán, adonde había sido destinado como oficial de las fuerzas especiales. Entre quienes lo oyeron se encontraba Philip Zelikow, director ejecutivo de la comisión entonces, hoy asesor principal de la secretaria de Estado, Condoleezza Rice. La denuncia de Shaffer salpica niveles altos de la Casa Blanca y desnuda la versión oficial de los hechos: los futuros secuestradores de aviones fueron detectados antes del 11/9 por organismos del gobierno, incluidas la CIA y la inteligencia militar, y nada se hizo para arrestarlos o poner fin a sus actividades. ¿Por qué habrá sido, eh?
El periodista Patrick Martin acuñó una respuesta: "Hay una sola explicación política seria de este hecho hoy indiscutible: sectores poderosos del complejo militar y de inteligencia de EE.UU. querían un incidente terrorista en suelo norteamericano a fin de crear el imprescindible vuelco de la opinión pública necesario para emprender una campaña, largamente planeada, de intervención militar en Asia central y el Medio Oriente", (www.wsws.org, 19-8-05).
Las filas neoconservadoras alimentan y cobijan ese programa desde hace mucho tiempo: en el 2000, el think-tank de William Kristol lo formuló claramente en su imperial proyecto para el nuevo siglo estadounidense. Shaffer convalida las conclusiones que habían redondeado ya varios investigadores y periodistas independientes.
El ex militar norteamericano Mike Ruppert señala en su libro Crossing the Rubicon (New Society Publishers, Canadá, 2004): "The Washington Post sugirió expresamente que la verdadera relación entre el gobierno de EE.UU. y Osama bin Laden podría ser exactamente inversa a su apariencia. 'En marzo de 1996 -cita-, el gobierno de Sudán ofreció extraditar a Bin Laden a EE.UU.
Los funcionarios estadounidenses rechazaron el ofrecimiento, tal vez preferían usarlo como 'combatiente en una guerra clandestina'. Si esto significa -agrega Ruppert- que Osama bin Laden está para 'ser usado como combatiente' del lado del gobierno norteamericano, surge con fuerza la inferencia de que participa voluntariamente en ese esfuerzo y que sigue adscripto a la CIA desde la guerra de los mujaidines de los años '80. Si la misma frase significa que Osama bin Laden está para ser 'usado' como combatiente del lado terrorista y contra el gobierno norteamericano en la presunta guerra contra el terrorismo, surge con fuerza la inferencia de que el gobierno de EE.UU. está empeñado en la tarea de proporcionarse enemigos. Esa práctica se llama 'operativo bandera falsa' y el 11/9 es su mayor ejemplo en la historia". Dicho de otra manera: el atentado contra las Torres Gemelas no se produjo porque los servicios de inteligencia estadounidenses fracasaron. Parece que fue al revés.

os Militares podem desmobilizar?

13/9 - Artigo do Jornal de Negocios:

Os senhores militares dominam o assunto, conhecem muito bem o tema dos «direitos adquiridos». Fizeram, aliás, uma revolução em Abril de 1974 por causa disso. Foram os militares que nos libertaram do regime antigo e acabaram com todos os direitos adquiridos que a sociedade de então mantinha.
É mais do que legítimo, portanto, devolver-lhes a questão. E lançar o desafio: quem está disposto a liderar uma outra revolução para acabar com os direitos adquiridos deles? E com os dos senhores juizes, magistrados e funcionários judiciais?
Não é Marques Mendes. Não é aquele senhor que substituiu Portas e não recordo o nome. E desengane-se quem espera resposta da esquerda. Os presidenciáveis Louçã e Jerónimo, sempre «anti» tratando-se de fardas, estão indignados, por não deixarem as Forças Armadas desfilar em paz.
E, muito provavelmente, não será também José Sócrates. Que foi tão valente a enfiar as duas mãos em todas as colmeias habitadas por estas «comunidades», como incapaz de aproveitar a oportunidade para mobilizar a nação para algo que ela há muito perdeu: um rumo. Um simples rumo.
Assim, parece a Costa do Marfim. Podia também ser o Ruanda, quando a instituição militar desafia a autoridade de um Governo e convoca todas as armas, do activo e reservistas, para as ruas.
Também afigura-se a uma qualquer República da América Central, onde os próprios órgãos de soberania se mobilizam para greves. Agora os tribunais, os juízes. Depois quem se segue? O Presidente da República pode fazer greve?
O que irrita não é ver esta gente aos berros. Não é ver o Governo isolado. Nem é confirmar a falta de senso e responsabilidade dos Mendes e associados. Nem sequer assistir com estupefacção a esta decadência institucional, a absoluta falta de respeitinho pelas autoridades democráticas.
As pessoas perderam o sentido da nação, mas isso não irrita. Preocupa, angustia, desilude. Mas não irrita. O que irrita são os motivos desta crise. Tudo o que está na origem deste ambiente, em que cheira a fim de regime. A Armada em passeata. Tribunais fechados. Sem lhes assistir a razão. Militares e agentes da justiça.
Por mais que desfilem de braço-dado com Louçã, por mais comícios que Jerónimo dedique em defesa dos seus «direitos adquiridos», os senhores militares não têm causa alguma. E mentem descaradamente, quando dizem estar a defender a dignidade da instituição militar.
Treta! Estão a defender a vidinha que os contribuintes lhes garantem - uma vidinha, diga-se, que os contribuintes gostariam mas o país obviamente não permite.
Há 31 anos lideraram um golpe para conquistar a liberdade. Agora ameaçam o regime para não pagar a conta da farmácia ou ir para casa, com salário completo, ainda antes dos 50.
Também a anunciada greve geral na Justiça não é justa. Viu-se coisa igual em 1988. Ano em que Cavaco os sossegou, criando um impraticável regime especial. O mesmo que Sócrates está agora, quase vinte anos depois, a eliminar.
E porque a maioria dos portugueses, os tais contribuintes, não percebe e não apoia o Governo? Porque em vez de lhe ter explicado que era justo, apresentaram-lhe isto no pacote das medidas contra o défice! O povo quer um rumo e deram-lhe um disco riscado.

segunda-feira, setembro 12, 2005

11 de Setembro - Visão sobre as matérias não dadas

Na efeméride da data, aqui fica uma lista, não exaustiva, com as contradições mais graves
* Existe um video que prova a evidência de explosões na base da Torre 1 e,
* um Vídeo que demonstra a demolição controlada das Torres
* inclusivé reportadas pelos Bombeiros que afirmam ter ouvido diversas explosões
* o fogo não destruiu a estrutura central das Torres como tem sido afirmado
* Quem informou Rudolph Giuliani antecipadamente do colapso das Torres?
* o irmão Marvin Bush, da firma de investimentos KuwAm, Kuwaiti-American , Stratesec (Securacom) encarregado da segurança do WTC, mandou evacuar toda a área nessa manhã, excepto as 2 Torres.
* A tese dos “pilotos suicidas” é inverosimil – os aviões foram desviados de terra por controlo remoto
* Que teria embatido no Pentágono? um avião não foi de certeza
* Não se encontraram vestígios de destroços do avião que dizem ter caído na Pensilvanya
* e o próprio Rumsfeld sugere ter o avião sido pulverizado por um missil
* os 5 árabes vistos a comemorar a queda das torres, foi uma encenação da Mossad

quinta-feira, setembro 08, 2005

10% mais ricos consomem uma riqueza 15 vezes superior à dos 10% mais pobres

O Relatório do Desenvolvimento Humano do Programa das Nações Unidas para o Desenvolvimento (PNUD), mostra que a sociedade portuguesa é a mais desigual, no contexto da União Europeia (UE), com o fosso mais cavado entre ricos e pobres.
Em Portugal, os 10% mais ricos consomem 29,8% da riqueza do País. Os 10% mais pobres apenas 2%. Em Espanha, esses números são 25,2 % e 2,8%. Na generalidade dos países da UE, a proporção da riqueza nacional que cabe aos desfavorecidos é sempre maior do que em Portugal. Em países ricos, por exemplo, na Finlândia ou Suécia, a fatia que cabe aos 10% mais pobres ronda os 4% do consumo total desse país.
Segundo estes números, a sociedade portuguesa tem um desequilíbrio entre ricos e pobres semelhante ao dos Estados Unidos. Os 10% mais ricos consomem uma riqueza 15 vezes superior à dos 10% mais pobres.
A tendência descendente de Portugal neste índice da ONU já vem do ano passado. No relatório de 2004 (os indicadores referem-se sempre a dois anos antes) o País caiu três lugares relativamente a 2003, ano em que tinha ficado em 23.º lugar (o melhor de sempre).
http://luta-social.blogspot.com/

UNICEF: 50 milhões de crianças vivem na pobreza nos países ricos

De acordo com um novo relatório do Fundo das Nações Unidas para a Infância (UNICEF), divulgado na sede da ONU, em Nova York, mais de 50 milhões crianças vivem hoje em total estado de pobreza nos países mais ricos do mundo. O estudo aponta o fenômeno em 17 dos 24 países mais ricos do mundo, entre eles nos Estados Unidos, onde a situação da criança vem se degradando, apesar dos esforços para reverter o problema. Segundo o documento, mais de 20 por cento das crianças norte-americanas vivem em condição de pobreza. Na Europa a pior situação é encontrada na Itália, Portugal e Grécia. A Noruega e a Suécia são os países onde a pobreza infantil é quase inexistente, segundo o relatório do UNICEF. http://www.un.org/av/radio/portuguese/2005/mar/050301.html

terça-feira, setembro 06, 2005

a mediatização do conflito israelo-árabe

"Não acredites naquilo que vês, nem julgues pelas aparências"
citação de filosofia budista

Jornalistas desconectados das verdades sobre Gaza:
www.rebelion.org
www.umkahlil.blogspot.com

Dossier Palestina
www.rebelion.org

"Este foi o día" - A opinião da "esquerda" israelita representada por Uri Avnery
www.rebelion.org/

Mustafa Barghouti, secretário geral da Autoridade Palestiniana ao Al Ahram-Weekly:"O Principio do Fim"
www.rebelion.org

"Retirada pode pôr Israel e EUA em rota de colisão"
www.bbc.co.uk/

Mahmud El Zahar, o lider do Hamas:
"Nunca aceitaremos como legítima a existència de Israel" Numa entrevista a Henrique Cymerman para o jornal "La Vanguardia"
www.rebelion.org

AlaqsaIntifada.org

Daniel Barenboim, antes do histórico concerto em Ramallah com a sua orquesta judeu- palestina "West-Eastern Divan", criticou os Estados Unidos, a Europa e Israel. e ratificou a sua postura ideológica: "Perante uma sinfonía de Beethoven são todos iguais".

A disputa Israelo-Árabe – A solução de um só Estado
www.aljazeerah.info

clique na imagem para ampliar

Rafah
Uma foto que demonstra a teatralidade da "mudança" - por Pascual Serrano
www.rebelion.org/

quinta-feira, setembro 01, 2005

O furacão Katrina evidencia o medo de uma crise de energia global

do Financial Times - 31 de Agosto de 2005
O medo de uma crise de energia internacional surgida esta semana com a devastadora calamidade humana e econômica causada no sul dos Estados Unidos pelo Furacão Katrina tornou-se evidente.As primeiras previsões de 100 mortos dos registos oficiais espera-se que subam, segundo disse o Mayor de New Orleans, só na sua cidade, para "no mínimo centenas, mas provavelmente para muitos milhares". Uma operação massiva está a ser levada a cabo para encontrar maneira de salvar as populações cercadas pela inundações e resolver os problemas urgentes de milhares de desabrigados. A tragédia humana provocada, activa o receio que o impacto econômico da tempestade, que paralizou as indústrias petroliferas e 13 refinarias do Golfo do México, poderia ser extensivo a todo o globo. Alguns analistas cortaram as previsões do crescimento dos EUA porque o aumento de preços provocará danos insanáveis nas capacidades dos consumidores. Os “preços dos combustíveis nos EUA estão agora no ponto mais dramático de sempre," disse Kevin Norrish, um analista do Barclays. "agora faz sentido falar de uma crise de energia mundial." O presidente George W. Bush, que interrompeu as suas férias para voltar a Washington, chamou ao furacão Katrina "um dos piores desastres naturais jamais acontecidos na nossa nação". E acrescentou : "será preciso um longo período de tempo para esta recuperação. Será uma questão para resolver em anos". Com nove das refinarias da costa do golfo completamente fechadas, os preços do combustivel por atacado bateram um registo recorde de $2.65 por galão, mais de 34 por cento acima dos preços verificados antes do inicio da calamidade, ainda que fontes de abastecimento alternativas tenham funcionado por breves periodos em algumas áreas. A Chevron disse que tinha começado a racionar a gasolina na zona sudeste, o que segundo os analistas fez disparar situações de pânico, principalmente nos dias trabalho antes do fim de semana. Apesar disso os consumidores dos Estados Unidos não viram ainda faltas nas estações de serviço como as que aconteceram quando do embargo petrolífero de 1973 decretado pelos países Árabes. "Nós reconhecemos que os preços são muito elevados," afirmou uma porta voz da empresa Valero, uma refinaria de topo no País. "O mercado está a reagir à perda de quase 2000 barris por cada dia da produção doméstica. Dado que os EUA. são já dependentes de 1milhão de barris importados por dia das importações para satisfazer a procura, há receios reais de faltas a médio-prazo. As perdas provocadas por danos nos pipelines agravam seriamente esta situação" O medos que os preços do petróleo possam subir em espiral incontrolável alertaram o governo dos E.U.A e levaram-no a decidir recorrer às suas reservas de emergência, fazendo com que os preços mergulhem momentaneamente abaixo dos $70 dólares o barril. Mas trata-se de um efeito a curto-prazo, com muitos comerciantes a verem nisto apenas um gesto político. A Agência de protecção ambiental anunciou também que renunciaria temporariamente aos padrões de qualidade do ar para a área dos combustiveis, permitindo que as refinarias dos E. U.A. aumentem a produção permitindo maiores importações de petróleo. Os regulamentos federais e do estado restringem a composição do petroleo, o que torna difícil as importações de outros estados ou do exterior. Os governos Federais começaram a preocupar-se com o problema como uma falta de petróleo poderá afectar as suas economias. A Europa poderá ver surgir em breve uma forte competição na procura dos produtos refinados. Os preços por atacado do petróleo na Europa subiram 10 por cento. "se a avaliação dos danos mostra uma crise severa no sector petrolífero, a crise não estará limitada aos Estados Unidos mas será global," disse Claude Mandil, director executivo da Agência de Energia Internacional, o cão de guarda das nações consumidoras. A indústria procura determinar quanto tempo levará a reabrir as suas instalações. Mesmo após reparações, as companhias petrolíferas podem enfrentar problemas que começam com as disponibilidades de pessoal qualificado para trabalhar. Nova Orleães, com uma população de meio milhão de pessoas, foi declarada inabitável por semanas e dezenas de milhares de pessoas abandonaram-na precipitadamente. As tropas da Guarda Nacional desfalcadas pelo envio de muitos destacamentos para o Iraque, patrulham entretanto a cidade procurando evitar saques de bens, ajudar a salvar a população encurralada pelas cheias, incluindo as 12 mil presas no estádio Superdome.

Autor: Odalci José Pustai - Doutorando do PPGEDU / UFRGS

Provocação: Em termos muito gerais, podemos afirmar que o capitalismo, no século xx, até a década de 80, não prescindiu do Estado Nacional para engendrar suas bases de sustentabilidade. Nos EUA, as estratégias de desenvolvimento das grandes corporações econômicas coincidiam com os interesses do Estado Nacional Americano. (HOBSBAWM, 1996, p. 274). Em outros países, principalmente na Europa, o Welfare State foi viabilizado com intensa participação dos Estados Nacionais.(HOBSBAWM, 1996, p. 554), através de políticas keynesianas que garantiam, ao mesmo tempo, proteção social para que os trabalhadores abandonassem as lutas pela transformação política da sociedade e condições razoáveis para a manutenção de altas taxas de acumulação capitalista.

Segundo, uma tese muito bem fundamentada de F. Oliveira (1997), o Welfare State foi viabilizado com o uso intensivo de fundos públicos, que arrecadam do conjunto da sociedade e se transformam em salários indiretos através das políticas sociais públicas, compondo, na perspectiva da teoria marxista do valor, um antivalor, que por sua vez, permite maiores lucros ao capital e proporciona as condições para a reprodução da força de trabalho.
Essa tese de F. de Oliveira disseca o modus operandi da afirmação de Hobsbawm de que "o capitalismo venceu porque não era apenas capitalista" (HOBSBAWM, 1996, p. 336). Os grandes donos do capital e os Estados Nacionais com capitalismo avançado tinham interesses político-ideológicos para manter e controlar os mercados em padrões civilizados. Havia razões superiores para postergar a ganância capitalista. Durante a Guerra Fria os países capitalistas centrais adotaram soluções econômicas copiadas das políticas de planejamento largamente usadas nos países de orientação socialista, que reforça a idéia de domesticação do capital, mas não esconde o calor das lutas encarniçadas entre os dois blocos pela hegemonia.

palavras chaves: capitalismo, marcas, patentes, franchising, teoria do valor.

 
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