“variações infímas podem alterar irreversivelmente o padrão dos acontecimentos” Uma simples mistificação dos economistas americanos, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias, cientificamente dada a conhecer á Humanidade por Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos.

sexta-feira, maio 27, 2005

As contradições dos défices

I.Défices desde 1991, em função do PIB:
1991: -7,6 % do PIB
1992: -4,7 % do PIB ,ano de mudança nas séries estatisticas ,donde decorre a incorporação de 13 % de receitas não consideradas, até então, pelo que o crescimento real da economia deverá ser corrigido em conformidade, ou analisar até aqui , ou a partir daqui , se quisermos ser imparciais.
1993: -8,1 % do PIB
1994: -7,7 % d oPIB
1995: -5,5 % do PIB , como se vê, temos uma média de -7 %, tirando o ano de transição.Admitindo que 4,7 % seriam os encargos da divida, ficam , pelo menos 3,4 % do PIB para défice das despesas primárias. Ou seja , quer queira quer não ,há um défice estrutural desde essa altura, pelo menos e substancial . Está esquecido.
II Défices do governo minoritário PS, portanto ,sujeito a aprovações do orçamento do Parlamento,quer do PP,que do PPD,lembram-se ? Também se esqueceu a estória do queijo limianio,quando se discutia a construção de uma estrada e de uma ponte ? Caso a caso .
1.-1996 - -4,8 % do PIB
2.-1997 : -3,6 % do PIB
3.-1998 : -3,2 % do PIB
4.-1999 : -2,8 % do PIB
5.-2000: -2,8 % do PIB , ou seja, uma média de 3,4 % do PIB, portanto menos de metade da parte final da era Cavaco. Sem PEC . e com convergência efectiva , nomeada/ superavit nas despessas primárias. Porque era necessário para integrar a moeda única, e aderir ao BCE., como baixar a taxa de inflação e a taxa de juros. Portanto, além do desenvolvimento económico, em periodo de vacas gordas, crescimento de 4 % ao ano , ao nivel americano 1% acima da média europeia , convergindo, baixou, também ,as taxas de inflação e de juro , o que os governos Cavaco falharam , como falhou o ataque ao défice. E os défices só não foram menores porque parte substancial das receitas da venda do património público foram canalizadas para a amortização da divida pública, legado do governo anterior ,reduzindo esta e reduzindo os juros respectivos.. Como se pode verificar, não foi apenas a descida geral da taxa de juros que reduziu esta. Se recordarmos e pode-se comprovar nas estatisticas da época, o enchimento da função pública , 300000 funcionários e a instituição do sistema de promoções automáticas, mais gravosas que os aumentos salariais, dois efeitos que se sobrepõem, aumentando a incompetência, aliás promovendo-a, agora suspensa , final/. Final/, estamos no caminho de uma verdadeira reforma administrativa, a qual deverá ir até á eliminação dos maus funcionários e dos funcionários ,simples/ ,em excesso, o que desagradará a muitos,certamente. A resposta já estava em marcha, agora acentuar-se -á. Quanto a desenvolvimento, único aspecto , aparententemente,a crédito do governo cavaquista : temos 21 % de crescimento do PIB entre 1985 e 1995, a valores constantes ,dados indiscutiveis da OCDE.
Entre 1995 e 2001 o Pib cresceu 20,1 % d o PIB, o u seja cresceu tanto, neste período de 6 anos ,como em 10 anos do consulado absoluto de Cavaco,e convergiu-se pela 1.ºa vez , relativa/ á média europeia. Direi mais ,de um atraso de 15/ 20 anos no final cavaquista, passou-se para um atraso de 12 anos, relativa / á média europeia,simples/ notável, o que estava a ser acompanhado por especialistas franceses com preocupação. Pergunta-se , quem é despesista? Quem admitiu uns 300 00 funcionários e criou uma carreira tenebrosa de promoções automáticas ) Quem reduziu o défice -8,1 %, de défices primários para 2,8 % do PIB, sem recurso a medidas extraordinárias? Portanto, pela primeira vez criou superavites na despesa primária, já que os encargos da divida eram muito superiores a 3,2 % do PIB'? Tudo o que se afirmar em contrário é mentira e pura calúnia politica, desmentivel por quem seja isento. Quanto ao défice de 2001 , se se tivesse aplicado apenas 1,2 % de receitas extraordinários , o que o governo posterior fez ,sistemàticamente ,então, tb teriam enganado a U.E . e a economia. Enganaram a U.E. mas não enganaram a Economia. Mas bastariam as receitas desse ano, cobradas nos anos seguintes e vendidas ào CITYGroup por 1/10 do seu valor real para, honesta e criteriosa/ ,abaixá-lo da meta dos 3 % .Preferiu-se a chicana politica , convictos que eram capazes de reduzir o défice e fazer melhor figura. Infeliz/ para o Pais não foram capazes de o reduzir ,aumentaram-no até aos impensáveis 7 % do PIB! Como sabemos, o próprio Cavaco entendeu , em momento oportuno, desligar-se de tão má governação e tirar o tapete a uma classe politica sem mérito e sem classe .Para quem se esqueceu convem reler o seu Artigo publicado no Expresso.. Solicito ao director que publique, novamente, esse artigo para refrescar as memórias ,que continuam a culpar o P.R. de ter demitido o governo por incompetência. Nem Cavaco Silva se insurgiu ,nem o Povo, que sancionou essa decisão em dois terços contra um , dois votos contra um. Foi “possivel enganar parte do povo durante algum tempo, mas não é possivel enganar todo o Povo,durante todo o tempo. «Lincoln»

(comentário de um Leitor do Expresso-Online,não identificado)

quinta-feira, maio 26, 2005

O endividamento dos Estados Unidos: uma crescente ameaça à estabilidade global

“É preciso lembrar aqueles que esquecem, onde vai dar o caminho”
Heráclito

Num estudo recente sobre o actual desequilibrio das economias em diversos pontos do mundo, conclue-se que a constante ameaça à estabilidade financeira, é devida ao constante crescimento, sem fim à vista, do endividamento externo dos Estados Unidos. O relatório, que examina os desequilibrios globais actuais e o seu impacto nas taxas de câmbio das moedas correntes, é o terceiro de uma série de estudos publicados pelos economistas Maurice Obstfeld e Kenneth Rogoff nos últimos cinco anos. Ambos são personalidades reconhecidas, tendo Rogoff exercido durante muitos anos o cargo de executivo principal no Fundo Monetário Internacional.
A análise começa indicando que o défice actual dos EUA é de 6% do Produto Interno Bruto (PIB) e continua afirmando que se este valor engloba 75% das inportações do exterior, para equilibrar o saldo da balança de transacções o valor das exportações haveria de ter aumentado em 70% em relação ao valor verificado em 2004.Como tal não se verificou, o risco de danos colaterais no Sistema financeiro global (não considerando os riscos normais das taxas de troca) “cresceram substancialmente” nos últimos cinco anos.
Mas as causas não são apenas o défice, estando envolvidos outros factores: as poupanças pessoais baixaram 1% em relação ao valor médio comparado no periodo dos ultimos três governos nas últimas décadas,,, a subida dos preços da energia,,, e o facto dos EUA se terem tornado cada vez mais dependentes dos Bancos Centrais asiáticos para financiar os seus défices.
Se um choque económico repentino ocorrer, os dois autores concluem que “os danos que daí puderem derivar deverão ser limitados ao recondicionamento das taxas de câmbio e ao colapso de alguns grandes Bancos e Grupos Financeiros, estabilizando-se por fim talvez, com uma recessão na Europa e no Japão.
A globalização financeira é uma espada afiada de Damocles suspensa sobre a estabilidade mundial,com dois gumes: Por um lado aumenta os recursos de Capitais disponíveis, por outro lado “amarrando” todas as Instituições Financeiras juntas, aumenta a velocidade com que um distúrbio numa região pode ser transmitido à totalidade do Sistema Financeiro.A velocidade do declinio financeiro dos EUA começou por variar de +1% a –1% do PIB nos anos 70, começando a cair para défices profundos a meio da década de 80, alcançando um nivel de 3,4% do PIB em 1987. Recuperou ligeiramente no fim da década de 80 e alcançou mesmo um pequeno excesso em 1991, muito em resultado da transferência de U$100 biliões de dólares de fundos dos governos estrangeiros para ajudas de pagamento da Guerra do Golfo.
O actual endividamento iniciou uma deterioração constante a partir dos anos 90, vindo a alcançar o défice recorde de 6% do PIB em 2004, o que requer um fluxo de atracção à economia dos Estados Unidos (inflow) de valores estimados entre U$1,5 bilião a U$2 biliões de dólares por dia para o financiar. Este acesso de capitais tem permitido que as taxas de Juro se tenham mantido a niveis históricamente baixos. Estas taxas baixas, por sua vez, transformaram-se na principal causa da valorização do Imobiliário, sendo o aumento do preço das casas que sustentou por sua vez o aumento da despesa em Consumo interno. Stephen Roach da “Morgan Stanley” conclui: “os rendimentos proporcionados pelos empréstimos à habitação e pelas segundas hipotecas baseados nos juros baixos levou a um excedente de U$710 biliões de dólares nos ultimos quatro anos, representando um crescimento superior em 35% equitativamente comparado aos ganhos pelos rendimentos de Trabalho no mesmo periodo.
Se a Economia se tem sustentado até aqui desta forma, porém, os Défices continuados conduziram a uma deterioração rápida na afluência de Capitais estrangeiros aos EUA. Em 1982 o valor dos capitais entrados era de o equivalente a 7% do PIB. Hoje existe um débito negativo na entrada desses recursos externos na ordem dos 25% do PIB. Este valor aumentará rápidamente se as tendências actuais continuarem. Se o PIB norte-americano crescer 5,5% ao ano e o défice da balança permanecer em 5,5% do PIB a necessidade de financiamentos externos aproximar-se-à dos 100% do PIB e nenhum país em algum caso anterior chegou a este nivel de necessidade sem , de algum modo, se despoletar uma grave crise.
Considerando os riscos enunciados pareceria prudente tentar desde já encontrar politicas para começar gradualmente a reduzir os desequilíbrios globais, sendo evidentemente melhor fazê-lo agora do que mais tarde.Mas, todo o movimento significativo que se vier a verificar na economia dos Estados Unidos para re-equilibrar a balança como “cliente internacional estável” conduzirá de facto à turbulência global.
De acordo com a análise de Obstfeld-Rogoff se o défice actual dos EUA se reduzisse por obra-e-graça-do-espirito-santo para metade (isto é, se viesse a decrescer de 6 para 3% do PIB) a Europa iria perder desde logo mercados de exportação, devido a um declínio do dólar de 25%, bem assim como sofreria perdas enormes em valores de património alocado a recursos estrangeiros.No final de 2004 estimou-se que a desvalorização do Dólar em relação ao Euro foi de 35% e de 24% em relação ao Yen, ao mesmo tempo que o stock dos recursos dos EUA em dólares detidos por estrangeiros estavam avaliados em U$11 Triliões.Se o dólar cair outros 30% como muitos predizem, atingirá a maior queda em toda a sua história: não uma quebra convencional no serviço da dívida externa, mas uma quebra por indução, “limpando” triliões aos valores de recursos detidos por estrangeiros.
Alan Greespan (FED) tinha reconhecido que era impossível continuar com taxas de Juro baixas e o facto é que elas já começaram a subir, assim como admitiu que “o défice da balança de pagamentos acabará abuptramente um destes dias” (!)
Finis Europae. Pressente-se a falência da tentativa de construção da EU dos Estados federados em função dos Mercados

o Modelo Cientifico de Obstfeld-Rogoff :
http://www.ex.ac.uk/~swrenlew/msc/mschand_obstfeldrogoff.pdf

segunda-feira, maio 23, 2005

Carta ao jornal "O Público" acerca da desinformação organizada sobre Cuba

clique na imagem para ampliar

Diz o jornal que V.Excª inferiormente dirige, e já vamos ver porquê, que “reuniram-se nos arrabaldes de Havana 200 cubanos numa auto-denominada Assembleia de Promoção da Sociedade Civil (APSC)”, o que não teria nada de anormal, (tendo em conta que qualquer Assembleia Local de um qualquer bairro populoso ali se reune assim regularmente) não fôra o jornal o “Publico” ter chamado à metade da 1ª página uma foto de grande formato, dando uma importância extraordinária ao evento, intitulando-o de “reunião histórica de dissidentes em Cuba”. Num país com mais de 11 milhões de habitantes, estas “200” pessoas já haviam merecido página e meia (15 e 17) na Sexta-feira dia 20, mais meia página no Sábado, um editorial no Domingo 22 intitulado “Fidel e Dissidentes ou o principio do Fim”, e continua hoje Segunda-feira 23 com mais uma noticia de que “o governo de Castro é estalinista, totalitário e fortemente antidemocrático” e onde o jornal reconhece preto-no-branco que os “200” seriam afinal apenas “100”!
Tudo isto teria a importância relativa de uma mera manobra de propaganda, não fôra as recentes eleições para os orgãos de Poder Local que mobilizaram mais de 8 milhões de cubanos, inscritos nos cadernos eleitorais, em Abril passado, não ter merecido uma única noticia no “Publico”, por ínfima que fosse!
Os accionistas que pagam esta politica de “informação” pretendem certamente vender uma agressão, que destrua um sistema que faculta cuidados médicos e Saúde gratuitos a toda a população, que não permite que se especule com a Propriedade, que faz de Cuba um modelo de Desenvolvimento Sustentado a seguir pelos países sem recursos, onde a paisagem não está degradada pela construção desenfreada e selvagem, onde as crianças não têem de trabalhar para sobreviver, que erradicou o Racismo destruindo as desigualdades sociais, enfim e o mais importante: que extirpou o analfabetismo e proporcionou uma elevada consciência Politica a todos os cubanos, que não se deixam enganar por fotografias cuidadosamente encenadas em primeiras páginas. A recente manifestação em Havana no ultimo dia 17 de Maio, contra o terrorismo “anti-castrista” tácitamente apoiado pelos Estados Unidos, que reuniu 1 milhão e 300 mil pessoas não teve mais uma vez qualquer destaque no Publico (!). Não será difícil de adivinhar que Cuba constará dos planos do Centro de Estudos Estratégicos Internacionais dirigido por Carlos Pascual no âmbito do Pentágono e da sua politica de destruição-reconstrução criativa em termos de mercado já pré-defenida para 25 paises e linearmente explicada por Naomi Klein no livro “O Auge do Capitalismo do Desastre” (The Rise of Disaster Capitalism).
Podem portanto V. Exas insistir na v/ politica de apoio a interesses inconfessáveis para que se tome de assalto e se assuma a depredação de Cuba, na certeza porém de que, por aquilo que conheço “in loco”, para invadir e conquistar esse pequeno Pais terão de matar 11 milhões de Cubanos (menos os tais 100 ou 200 do tal vosso “Congresso” que ainda assim, enfatize-se o vosso esforço, nunca conseguirão arregimentar mais de 1% da população da ilha. Que tenha má sorte na sua empresa Exmo. Sr. Director, ou se por suposição desejar que a sua sorte mude, antes dos seus prezados funcionários escreverem sobre Cuba, que consultem conhecedores profundos da situação, talvez como Gabriel Garcia Marquez ou o português Miguel Urbano Rodrigues, até talvez a José Saramago, tudo gente leiga em Economia mas com a compreensão de outros valores humanistas que servem de “motor” a outro tipo de desenvolvimento que não o apenas o proporcionado pelo dinheiro contado pelos “investidores financeiros” que têem depredado a totalidade do planeta com as suas promessas mirabolantes de consumos inatingiveis. (a tal “praga de gafanhotos” que está na moda os sociais-democratas alemães chamarem agora ao debate). Não lhe ficaria mal Exmo. Sr. Director se alguma daquelas personalidades da Cultura tivesse o direito de resposta e o vosso público leitor o direito de acesso ao contraditório. Por mim, deixo a partir de hoje de comprar o “Publico”. Basta-me ir "vendo as noticias” nas fotos de capa por aí pelas bancas, para ter uma ideia das “verdades” que vão acontecendo.Basta-me que V.Excª o mande dizer e publicar.

quinta-feira, maio 19, 2005

FMI: A submissão de Lula

Por Reinaldo Gonçalves, no Informativo do PACS, janeiro de 2005

Nos últimos 20 anos o Brasil tem sido o mais importante devedor do Fundo Monetário Internacional. O Brasil recebeu empréstimos no valor total de US$ 58 bilhões, ou seja, cerca de 1/4 do valor total dos empréstimos concedidos pelo Fundo aos seus 14 principais clientes. Os recursos tomados emprestados pelo Brasil têm sido mais de 1,5 vezes aqueles obtidos pelo segundo maior devedor do FMI, que é a Argentina. E mais, vale destacar que, contrariamente a muitos dos devedores do Fundo, o Brasil fez pagamentos de juros e taxas ao FMI em todos os 21 anos do período em questão. Esse fato indica, na realidade, a enorme e crescente vulnerabilidade externa da economia brasileira na dimensão monetário-financeira ao longo de mais de duas décadas.
Esse longo e profundo envolvimento do Brasil com o FMI é particularmente preocupante quando se considera que há praticamente consenso global a respeito da ineficácia do FMI. Conforme afirma Peter Evans, economista norte-americano: "O Fundo está sob ataque tanto dos países do Norte quanto do Sul. No Sul ele é visto como 'guardião dos interesses dos credores internacionais', já que impõe políticas sobre os governos dos países do Sul, políticas essas que não somente causam devastação social mas também solapam as bases do desenvolvimento econômico."
Verifica-se, então, dois fatos relevantes: a crescente perda de credibilidade do Fundo, como resultado do fracasso das suas políticas, e a enorme dependência do Brasil (com seus resultados negativos) com relação ao FMI. Esses dois fatos indicam a importância do debate quanto ao envolvimento do Brasil com o FMI.
Em agosto de 2002 o governo brasileiro assinou mais um acordo com o FMI. O critério básico de desempenho - superávit primário (receitas menos despesas, excluídas as despesas com juros da dívida pública) - foi de 3,75% do PIB. Menos de três meses depois de eleito, o Presidente Lula firmou unilateralmente o compromisso com o FMI de aumentar o superávit primário para 4,25% do PIB. Esse aumento significou um corte de R$ 14 bilhões do orçamento. Em setembro de 2004, sem consulta ao FMI, esse superávit foi elevado para 4,50%.
Em março de 2004, o presidente Lula telefonou para alguns chefes de Estado (inclusive, George W. Bush, presidente dos Estados Unidos) solicitando apoio para uma proposta brasileira de flexibilização dos acordos do FMI. Sem entrar em detalhes, o governo brasileiro fez referência à "nova modalidade de acordos preventivos e à flexibilização dos investimentos públicos em infra estrutura para que estes deixem de ser contabilizados como despesas" (O Globo, 3 de março de 2004, p. 25).
Essa iniciativa de Lula causou estranheza pois o total do investimento público em infra-estrutura programado para 2004 tinha sido de R$ 12 bilhões. E, portanto, o valor do aumento voluntário do superávit primário para 4,25% era equivalente ao limite máximo de flexibilização solicitado por Lula. Ou seja, Lula se comprometeu a aumentar voluntariamente o superávit em R$ 14 bilhões em março de 2003, e um ano depois, solicitou a flexibilização (ou o "perdão") de no máximo R$ 12 bilhões. Essa iniciativa de recuo expressa, de fato, a posição de grande fragilidade do ajuste macroeconômico de Lula.
Esse tipo de iniciativa de Lula mostra que o governo, além de replicar a política de ajuste macroeconômico do governo anterior, não tem uma estratégia consistente e eficiente de atuação junto ao FMI. No lugar do país ter uma posição firme quanto a reforma das instituições caquéticas de Bretton Woods (FMI e Banco Mundial), Lula perde-se em inócuas jogadas de marketing pessoal.
Nesse sentido, cabe mencionar que o governo brasileiro perdeu uma extraordinária oportunidade quando negou apoio explícito à Argentina no seu processo de renegociação da dívida externa junto aos credores privados. Vale destacar, ainda, a ausência de um posicionamento mais firme do governo brasileiro (que transcendesse a retórica de uma solidariedade genérica) a favor da Argentina nas suas negociações com o FMI em 2004. Nesses casos, Lula sinalizou claramente para os outros países em desenvolvimento que ele está numa posição de recuo e que esses países não devem contar com o Brasil no caso de estratégias de negociação mais firmes e consistentes com o FMI, outras organizações financeiras internacionais e, até mesmo, com os credores privados internacionais.

Reinaldo Gonçalves é professor titular, UFRJ. Conheça o PACS: www.pacs.org.br; Conheça o Jubileu Sul Brasil: www.jubileubrasil.org.br

quarta-feira, maio 18, 2005

Discurso de Fidel Castro, na manifestação de 17 de Maio em Havana, contra o Terrorismo.

fotografias das vítimas dos atentados terroristas anti-cubanos

Compatriotas:

Desde 10 de outubro de 1868 até hoje o povo de Cuba tem lutado pela sua independência durante 137 anos, perante o colonialismo espanhol primeiro e a política expansionista e imperialista dos governantes dos Estados Unidos depois.
Dentro desse período, o dia primeiro de janeiro de 1959 conseguimos pela primeira vez a plena soberania política. O governo da nação começou a ser exercido plenamente pelo próprio povo cubano, que varreu a sangrenta tirania imposta desde o exterior. Desde então, este nobre e heróico povo não cessou de lutar um só dia defendendo o seu direito ao desenvolvimento, à justiça, à paz e à liberdade.

Por tão justa e irrenunciável aspiração, o nosso país tem sido objeto da mais prolongada guerra econômica da história e de uma incessante e feroz campanha de terrorismo que dura já mais de 45 anos.
Um dos primeiros e mais cruentos atos dessa índole foi a explosão do navio de vapor La Coubre, no porto de Havana, que custou 101 vidas e centenas de feridos.
A invasão de Bahia dos Porcos, em 17 de abril de 1961, por uma força militar organizada, treinada e equipada pelo governo dos Estados Unidos, foi precedida por um ataque aéreo surpresa e traiçoeiro, com aviões de bombardeio norte-americanos que portavam as insígnias da Força Aérea cubana. A tropa invasora deslocou-se até o nosso território escoltada, custodiada e acompanhada por unidades navais, aéreas e tropas dos Estados Unidos que esperavam uma cabeça-de-praia em poder dos mercenários, para apoiar com a cumplicidade da OEA um governo provisório que não teve nem sequer tempo para decolar de um aeroporto na Flórida.
Pela sua vez, desde os primeiros anos do triunfo, ao longo e largo do território nacional foram disseminados grupos armados, que assassinaram camponeses, operários, professores e alfabetizadores; queimaram moradias e destruíram centros agrícolas e industriais. Atos de sabotagem com fósforo vivo e explosivos empregaram-se contra a população e a economia do país. Os nossos portos, navios mercantes e pesqueiros foram alvo de constantes ataques. Instalações e pessoal diplomático no exterior do país foram vítimas de ataques com explosivos e armas de fogo. Funcionários diplomáticos foram mortos, desaparecidos ou mutilados. Aviões de passageiros explodiram antes da decolagem ou em pleno vôo, como o de Barbados, em 6 de outubro de 1976, lotado de passageiros, cujos restos irrecuperáveis foram para o fundo do mar, a centenas de metros de profundidade.

Enfermidades que afetavam a vida dos seres humanos ou de animais domésticos e plantas destinadas ao sustento do povo foram introduzidas muitas vezes no nosso país. Essas ações foram ideadas pelos governos e os serviços especiais dos Estados Unidos e os seus autores treinados por eles.
O terrorismo no mais moderno e dramático conceito, com o apoio de sofisticados médios técnicos e explosivos de grande potência, foi criado e desenvolvido pelos próprios governantes dos Estados Unidos para destruir a nossa Revolução, e não cessou um instante durante mais de quatro décadas, dentro e fora da Ilha.
Orlando Bosch e Posada Carriles, os mais sanguinários exponentes do terrorismo imperialista contra o nosso povo, realizaram dezenas de atrozes ações em numerosos países do hemisfério, incluído no território dos Estados Unidos. Milhares de cubanos perderam a vida ou ficaram mutilados em conseqüência dessas covardes e abomináveis ações.
As mesmas instituições e serviços norte-americanos que treinaram os terroristas de origem cubana, também treinaram esmeradamente, como é conhecido, os que organizaram o brutal ataque contra as Torres Gêmeas de Nova Iorque em 11 de setembro de 2001, no qual vários milhares de norte-americanos perderam a vida.

Posada Carriles não apenas participou junto de Orlando Bosch – então chefe do CORU, organização criada pela CIA- na destruição do avião da Cubana, senão que depois, durante muitos anos, organizou dezenas de planos de atentados contra a vida das mais altas lideranças da Revolução Cubana e fez explodir numerosas bombas em hotéis de turismo em Cuba, enquanto Orlando Bosch, aparentemente fugitivo das autoridades norte-americanas, foi partícipe, junto dos corpos repressivos de Augusto Pinochet, no seqüestro e assassinato de importantes personalidades chilenas, como Carlos Prats e Orlando Letelier, ou no desaparecimento de lutadores contra o fascismo no Chile, e inclusive, no seqüestro e morte de diplomáticos cubanos. Desde a própria prisão na Venezuela ordenou aos seus sicários a realização de planos terroristas Tão tenebrosas personagens atuaram sempre sob as ordens dos governos e dos serviços especiais dos Estados Unidos, e foram ilegalmente exonerados de todo crime e punição, como é o caso do perdão concedido a Bosch pelo presidente George Bush (pai), ou tolerada a sua presença durante semanas inteiras no território norte-americano, como o faz o atual Presidente dos Estados Unidos com Posada Carriles, o que constitui uma flagrante violação das próprias leis do país por parte de quem têm a máxima responsabilidade de proteger o povo norte-americano de ataques terroristas.
Todos os atos terroristas de Posada Carriles, incluídos as bombas em hotéis de turismo em Havana e os planos de atentados foram financiados pelos governos dos Estados Unidos através da tristemente célebre Fundação Nacional Cubano Americana, desde que foi criada por Reagan e Bush em 1981. Jamais se atuou com tanto engano e hipocrisia.
Esta não é uma marcha contra o povo dos Estados Unidos, como já o dissemos antes e reiteramo-lo hoje; é uma marcha contra o terrorismo, a favor da vida e da paz de nosso povo e do povo irmão dos Estados Unidos, em cujos valores éticos confiamos.

Abaixo o terrorismo!
Abaixo as doutrinas e os métodos nazistas!
Abaixo o genocídio!
Vivam a solidariedade, a confraternidade, a paz entre os povos!
Viva a verdade!
Avante, valentes soldados das nobres idéias, desprezando o temor, desprezando o imenso poder do adversário, desprezando perigos, que a humanidade tem anseios de justiça!

terça-feira, maio 17, 2005

TERRORISMO AMERICANO - EUA esconderam informação sobre sabotagem do avião cubano abatido em 1976

O presidente cubano Fidel Castro acusou quinta-feira (12) o governo dos Estados Unidos de conivência com o terrorismo, ao proteger e esconder informação sobre a explosão de um avião cubano em frente das costas de Barbados, em 6 de outubro de 1976.
Um dia depois dessa ação criminosa, o Bureau Federal de Investigações (FBI) e a Agência Central de Inteligência (CIA) dos EUA já sabiam quem eram os autores dessa ação criminosa, segundo um documento lido pelo presidente numa intervenção especial, quinta-feira 12, no Palácio das Convenções.
Um dos 14 documentos revelados e tornados públicos, há dois dias, pelo Arquivo de Segurança Nacional da Universidade George Washington, indica que uma fonte do FBI em Caracas mencionou os nomes e as circunstâncias em que se preparou o atentado.
"A fonte afirma que tinha certeza de que Luis Posada Carriles e Orlando Bosch tinham sido os artífices da explosão do avião", salientou Fidel, e além disso, menciona os nomes dos mercenários Hernán Ricardo e Freddy Lugo, que puseram a bomba no avião, ação terrorista que matou 73 pessoas.
"Tudo o que hoje se sabe, podia ter sido conhecido no dia seguinte da ação monstruosa", enfatizou Fidel, "em lugar de guardar e esconder a informação em arquivos".
O presidente do Parlamento cubano, Ricardo Alarcón, lembrou fatos ocorridos depois da sabotagem do avião, como a detenção de dois venezuelanos em Trinidad e Tobago e como eles foram parar na Embaixada americana nesse país com o nome e o número telefônico de um dos funcionários.
"Posada Carriles, que era o empregador deles, foi quem lhes deu esse número telefônico. Nesse momento, nem ele nem Bosch tinham sido apreendidos em Caracas, e o FBI e a CIA já sabiam tudo", disse Alarcón. E acrescentou que Trinidad e Tobago pediu ajuda, dados e informação e os Estados Unidos recusaram-se a ajudá-los.
"Agora é que estes documentos têm vindo à luz. Foram revelados em 1983, mas agora é que são tornados públicos, a partir de um pedido dessa instituição e todos evidenciam o espírito terrorista de Posada Carriles e Bosch, bem como o farisaísmo das autoridades estadunidenses", manifestou Alarcón.
Fidel qualificou Bush de pai e avô do monstro, se referindo a que era diretor da CIA no momento em que teve lugar a sabotagem, que foi quem — sendo reprovado pelo procurador-geral adjunto dos Estados Unidos — concedeu asilo no território desse país e depois o indulto.
"Veremos se agora vão fazer o mesmo com o outro", ressaltou Fidel a respeito da entrada ilegal de Posada Carriles nos Estados Unidos, do pedido de asilo político e do silêncio das autoridades desse país. O documento afunda nos pormenores do plano de atentado e assegura que se realizaram duas reuniões num hotel de Caracas, da qual participaram os terroristas Luis Posada Carriles, Frank Castro, Gustavo Castillo e Ricardo "Monkey" Morales.
"Algumas figuras do governo venezuelano estão envolvidas e, se Posada e Bosch falarem, teremos o nosso próprio Watergate", afirma a fonte do FBI, que transparece a necessidade de que eles sejam resgatados.
No comparecimento no Palácio das Convenções de Havana, Fidel citou outros relatórios revelados que apontam que, até junho de 1976, Posada esteve ligado à CIA, da qual foi agente na ativa desde 1965, embora as relações datem de 1961.
Em 10 de junho de 1976, teve lugar o último contato "ocasional" da CIA com seu agente e, por acaso, um dia depois foi criado a CORU em Santo Domingo, qualificado pelo próprio FBI como uma "organização terrorista anticastrista que se atribuiu atentados à bomba", comentou o presidente cubano.
O líder da Revolução expressou que a inteligência tomou conhecimento dos planos de atentados no território dos EUA e em outros países e essas informações jamais foram utilizadas para neutralizar os grupos terroristas ou agir contra eles.
Fidel se referiu ao bandido furibundo, John Bolton, que, por meio de pressão, o governo de Bush quer aprovar como embaixador americano na Organização das Nações Unidas.
A esse respeito, o ministro das Relações Exteriores de Cuba, Felipe Pérez Roque, disse que desde 7 de março, dia em que Bolton foi proposto pelo presidente americano para tal cargo, a nomeação virou a maior polêmica de seu segundo mandato.
No total, 102 ex-embaixadores dessa nação assinaram uma carta reprovando essa proposta, que, em abril não foi aprovada por causa de dúvidas e preocupações a respeito de sua atitude e trajetória.
"Hoje, o Comitê das Relações Exteriores do Senado, após cinco horas de debates e não chegar a um acordo, tomou a decisão de remeter o caso ao plenário do Senado, sem recomendação, o que é considerado por especialistas como uma derrota política para George W. Bush", informou o chanceler.
"O mundo percebe a mentalidade nazi-fascista, mentirosa e enganosa desse governo", frisou e disse que tantas barbaridades e chavasquices que a imprensa denuncia eram alvo de debates e isso é prova da inaptidão desta administração.
Finalmente, leu um artigo do advogado José Pertierra, publicado no jornal cubano Juventud Rebelde, onde fica demonstrado que o presidente dos Estados Unidos deve prestar contas sobre o caso de Posada Carriles, que, há algumas semanas, entrou ilegalmente nos EUA.
Fidel ressaltou em sua intervenção que quase toda a mídia dos Estados Unidos e de outros países reconhece que Luis Posada Carriles é um terrorista.

Fonte: Granma Internacional

sexta-feira, maio 06, 2005

CORRUPTION CONTROL IN POLITICAL LIFE AND THE QUALITY OF DEMOCRACY:

A COMPARATIVE PERSPECTIVE EUROPE – LATIN AMERICA
Lisbon, 19-20 May 2005
ISCTE, Afonso de Barros, Auditório 6 (Ala Autónoma)

CONFERENCE DIRECTORS:
Luís de Sousa, CIES/ISCTE and The Australian National University (ANU)
Andrés Malamud, CIES/ISCTE and University of Buenos Aires (UBA)
ORGANIZATION: Europe and Latin America Research Program (ELARP), Centro de Investigação e Estudos de Sociologia - CIES/ISCTE and Instituto Português de Relações Internacionais - IPRI/UNL and OIKOS

SPONSORSHIP: Programa Lusitânia (FCT-Instituto Camões-GRICES), British Council and Transparency International

PROGRAMME
SESSION I: WELCOME TO PARTICIPANTS AND OPENING INTERVENTION
António Firmino da Costa (President of CIES/ISCTE) and Nuno Severiano Teixeira (Director of IPRI/UN), Welcome to Participants
Yves Mény (President of the European University Institute, Italy) Opening Intervention
Coffee break
FIRST PANEL: CORRUPTION CONTROL AND THE QUALITY OF DEMOCRACY: DO ETHICAL STANDARDS MATTER?
(10:00-12:30)
Paul Heywood (University of Nottingham, UK) “Trust, Corruption and Scandal”
David Altman (Universidad Católica de Chile, Chile) “Decime, y...¿cómo podemos arreglarlo?”
Svetlozar Andreev (Centre for the Study of Democracy, Westminster University, UK) “Corruption, Legitimacy and the Quality of Democracy in Latin America and Central and Eastern Europe”
Chair: Andrés Malamud (CIES/ISCTE, Portugal & UBA, Argentina)
Lunch (12:30-15:00)

SECOND PANEL – POLITICAL CORRUPTION AND JUSTICE: POLITICAL ACCOUNTABILITY AND PENAL RESPONSIBILITY, MORAL COSTS AND MODES OF REPRESSION
(15:00-17:00)
Maria José Morgado (Public Ministry Magistrate, Tribunal da Relação de Lisboa, Portugal)
Gherardo Colombo (Judge of the Court of Milan, Italy) “Mani Pulite: Investigations into Corruption held in Milan – 1992/1998”
Coffee break
Donatella della Porta (European University Institute, Italy) “Corruption as a Normative System”
Chair: António Costa Pinto (ISCTE & ICS/UL, Portugal)

THIRD PANEL – POLITICAL CORRUPTION, THE MEDIA AND THE PUBLIC OPINION: INVESTIGATION, INFORMATION, MOBILIZATION AND SCANDAL
(14:30-16:30)
Manuel Villaverde Cabral (ICS/UL, Portugal)
José Vegar (Investigative journalist)
Chair: José Manuel Leite Viegas (ISCTE, Portugal)
SESSION II

FOURTH PANEL: REPRESENTATION, WEALTH AND INTERESTS: REGULATING CONFLICTS OF INTEREST IN POLITICAL LIFE
(10:00-12:30)
Robert Kaye (London School of Economics/CARR, UK) “Corruption versus conflict of interest: the British Experience”
Coffee break
Bruno Wilhelm Speck (Universidade Estadual de Campinas, SP, Brazil) “Conflict of interest - Concepts, rules and practice regarding legislators in Latin America”
Chair: Marina Costa Lobo (ICS/UL, Portugal)
Lunch (12:30-15:00)

FIFTH PANEL – CHALLENGES TO POLITICAL FINANCING REGULATION: SOUND EXTERNAL MONITORING AND ENFORCEMENT AND SENSIBLE INTERNAL PARTY ACCOUNTABILITY
(15:00-16:30)
Luís de Sousa (CIES/ISCTE, Portugal & ANU, Australia) “Challenges to political financing regulation: sound external monitoring/enforcement and sensible internal party accountability”
Chair: Carlos Jalali (ICS/UL, Portugal)
Coffee break

SIXTH PANEL – INTERNATIONAL GOVERNMENTAL AND CIVIL SOCIETY EFFORTS AGAINST CORRUPTION: CHALLENGES, ACTORS AND STRATEGIES OF CONTROL
(16:30-18:00)
Wes Cragg (George R. Gardiner Professor of Business Ethics at the Schulich School of Business, York University, Canada) “The U.S. Foreign Corrupt Practices Act: A Study of Its Effectiveness”
Kate Sturgess (Transparency International, Germany) “Overview of role of TI in Europe and Latin America”
Cândida Almeida (Director of the Central Department for Penal Action and Investigation, Portugal) “Corruption in Portugal: defining a framework for a pioneering research work, some results and future challenges”
Chair: Luís de Sousa (CIES/ISCTE, Portugal & ANU, Australia)

CONCLUSIONS / NEXT STEPS

Concluding intervention by a distinguished guest-speaker (18:00)
(to be announced)

 
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