“variações infímas podem alterar irreversivelmente o padrão dos acontecimentos” Uma simples mistificação dos economistas americanos, fazendo tábua rasa da distinção entre o Valor de Uso e o Valor de Troca das mercadorias, cientificamente dada a conhecer á Humanidade por Karl Marx em “O Capital” moldou o mundo do pós-guerra tal e qual o conhecemos.

sexta-feira, janeiro 26, 2007

a banalização da Corrupção

a má moeda come a pior moeda

Quem se recorda de Cavaco Silva, quando era 1º ministro, inaugurar um curto troço de via rápida (o que na época foi amplamente glosado), ali perto de Sete Rios em Lisboa, com as fanfarras dos grandes acontecimentos? (a chegada da modernidade atrelada aos fundos sociais europeus)
Recordando o estado actual desse “sucesso” primordial, voltando ao local do crime, hoje está assim – tal como o país, degradado.















Entretanto, quanto roubaram os ricos aos pobres?, cuja condição como classe, segundo as contas das estatísticas, se agravou substancialmente e já somam 2 milhões? (fora a classe média, que caiu para meia remediada). Desde 1995, do princípio ao fim do governo Sampaio, um longo caminho se tem percorrido para reduzir o povo à mediocridade.

Nomes e moradas de gente envolvida em ilícitos (segundo os cânones antigos, que não os da imoralidade vigente), existem em barda no DIAP e em tudo o que é esconso de Justiça:
A banca em geral (BES, BCP), o Finibanco (de Berlusconi) BPN (operação Furacão), Isaltino Morais (o ministro de Durão Barroso), Torres Couto, a gestão da Parque-Expo98, António Preto (PSD), Fátima Felgueiras e o financiamento ilegal do PS, Joaquim Raposo e inúmeros funcionários da Câmara da Amadora; e de mais 8 câmaras municipais (no mínimo) envolvidos em alterações ilegais de PDM,s, José Sócrates e o caso Freeport construido em zona de reserva natural em Alcochete, o caso Portucale e o financiamento ilegal do CDS, Pinto da Costa, Valentim Loureiro e o Apito Dourado, o caso Casa Pia como estratagema de golpe-de-estado constitucional para (destruindo o PS) mudar o regime para a órbita dos neoconservadores (o ex-PGR nos meios forenses tinha a alcunha de “o almofadinha”), o envolvimento das cadeias de Televisão na prestação de falsos testemunhos, Paulo Portas que saiu incólume do Caso Moderna com o envolvimento directo de Celeste Cardona e Adelino Salvado, o beato Bagão Félix e o “golpe da Tanga” Sport Lisboa e Benfica- EPUL, o SIRESP e Daniel Sanches, o negócio dos pareceres jurídicos que envolvem Gabinetes ministeriais (com 250 milhões de euros gastos em 2003), o caso “Angolagate” (a ser julgado em França) que envolve o ex-ministro dos Negócios Estrangeiros Durão Barroso na venda ilegal de armas com o apoio explicito do próprio Cavaco Silva em comícios do MPLA, José Lamego e Armando Vara no caso Eurominas, Raul dos Santos (PSD) na Câmara de Ourique, Ferreira Torres na CM do Marco, o caso da Mata de Sesimbra, a Câmara de Lisboa e o financiamento da Fundação Mário Soares, o caso Emaudio, a Afinsa em parceria com vários bancos, o Grupo Amorim e o financiamento ilegal das campanhas eleitorais do PS, Dias Loureiro e o monopólio ilegal dos Canadair, Nuno Cardoso vs Rui Rio na permuta dos terrenos das Antas, a Euroamer, Carlucci (Grupo Carlyle) e as ramificações portuguesas completam a necessariamente incompleta lista de actividades dos Tubarões mais notórios; enfim, passando por cima de milhares de pilha-galinhas menores com assento na bolha do Imobiliário que gravitam em redor dos planos de (des)ordenamento do território, que por sua vez financiam as colmeias de vespas dos partidos a nivel autárquico – e por fim, (sem passar pela Madeira) só de Janeiro a Outubro deste ano foram abertos em Portugal mais de 8 mil inquéritos a outros tipos de crimes económicos.

Como é normal também em Portugal, depois de uma década de ouro de regabofe, de escândalos sempre em crescendo, no fim, a via rápida para o enriquecimento ílicito construída pelo cavaquismo, termina num sentimento geral de impunidade.
Tão simples como isso: porque já não há mais nada para roubar. Contudo, em última instância, o Polvo não é uma “invenção” da safra nacional – sopra de Oeste com os ventos desolados do “dust-bowl” americano – e agravou-se arrastado na tempestade do neoconservadorismo. A Corrupção é o sistema nervoso central do Capitalismo e há semelhança do que fazemos com quase todos os bens de primeira necessidade para nos alimentarmos, Portugal importa a sua quota parte do Polvo directamente da fonte,

A Fraude Greenspan”, um livro lançado nos Estados Unidos, arrasa o judeu que comandou o FED, e por extensão a economia global, nas últimas décadas, cujas politicas protegeram as grandes Empresas e ajudaram os ricos a enriquecer ainda mais.
enfim, enquanto durar o Capitalismo, estão todos absolvidos!

para aprofundar o tema:
"George Monbiot e a Corrupção"

o epílogo nacional,
Quem se safou, safou. Em vez de investigar e punir as malfeitorias transactas, os dois partidos chave entendem-se num Pacto de Justiça que salvaguarde o essencial da nomenklatura. Como nos EUA, a politica passa a ser tutelalada pelos tribunais. Todavia, para que o sistema "volte" a ter alguma aparência de seriedade vai ser preciso tramar meia-dúzia de patos com umas fogachadas anti-corrupção que tragam umas résteas de credibilidade - Quem é que se irá lixar?. O pânico é geral. Santana Lopes arrisca a fuga para a frente ao tentar formar o grande partido de direita contra o bloco central, que será dominado pelo PSD. Quando o P"S" acabar de fazer o que a direita não conseguiu, ou a situação se tornar insustentável, o partido fica outra vez de "esquerda". Entretanto o regime desandou todo para a Direita, como é objectivamente a missão de Cavaco, e Washington deseja. É este o programa que vamos ver na televisão nos próximos episódios. (nas entrelinhas, como antigamente). Maquilhados e com nova embalagem, os portuguesitos lá irão votar nos mesmos embustes de sempre.








leitura recomendada:
"Maquiavel, ou os Príncipes Pós-Modernos"
(edição Monthly Review)



Marvila, CML, Obriverca-Lismarvila, Caixa Geral de Depósitos

clique no recorte para ampliar

Santana, Carmona e Benfica


Diz-se que a corrupção no futebol não ultrapassa 10% da corrupção geral. A primeira tentação foi a de separar o futebol num mundo àparte. Nem 10 nem 90, os 100% são corrupção, simples e intrinsecamente inerente ao sistema. Como se verá adiante, “isto anda tudo ligado”,,,

Sabe-se das ligações de sempre de Pinto da Costa ao Partido Socialista (o Poder que estava a dar). Com o Futebol Clube do Porto na mó de cima durante anos, que haveria de fazer o Benfica? – O primeiro passo é apoiar em peso os antagonistas e comprometê-los com compromissos para o futuro.

Sigamos uma cronologia dos acontecimentos, (dos que existe conhecimento, por via dos jornais),
- a nova direcção do Sport Lisboa e Benfica (SLB), com um passivo de muitos milhões, apoia em peso o PSD nas eleições autárquicas que trazem Santana Lopes para Câmara Municipal de Lisboa (CML). Logo de seguida, ficou famoso o aperto de mão de Eusébio e da Sad Benfica em peso a Durão Barroso, Bagão Félix (sócio notável do SLB, de quem se falava para presidente do clube) e a Santana Lopes durante a campanha eleitoral de 2001 com o apoio massivo da TVI (que já tinha apoiado em força a campanha para sanear a anterior direcção do SLB).
- Barroso ganha o Governo e o financiamento para o novo estádio torna-se efectivo. Nunca mais se ouviu falar do passivo do clube. Mário Dias e Vitor Santos, figuras proeminentes do grupo do Betão ascendem dentro do SLB. Alguém irá enriquecer com as perspectivas de mais um estádio entre os muitos do Euro2004.

- No negócio da permuta de terrenos para a construção do Estádio da Luz, que haviam sido doados para uso desportivo (e não para especulação imobiliária), a CML de Santana Lopes envolve a empresa municipal EPUL, entidade a quem é transmitido o gigantesco passivo do negócio. A administração da EPUL demite-se em bloco.
- Luís Filipe Vieira, um integrante efectivo do “lobie da Construção Civil” agrupado em redor do SLB, compra por tuta e meia em processo de falência, através da empresa Obriverca, os terrenos da Fábrica Nacional de Sabões em Marvila.
- Investigados entre 1997 e 2001, chegam ao banco dos réus, só num processo no Porto, 35 acusados em processos de venda fraudulenta de massas imobiliárias falidas, que envolvem centenas de liquidatários, donos de leiloeiras, funcionários judiciais, advogados e empresários. Este é apenas um dos inúmeros grupos que desde sempre se dedicam a este esquema, um pouco por todo o país.
- a Obriverca “abre falência” e o seu património imobilário é “transmitido” à "Lismarvila", que rapidamente os revende, por mais do dobro, à Caixa Geral de Depósitos.

- a “hiper valorização” dos terrenos de Marvila é conseguida pelo compadrio do Director de Urbanismo da CML com os projectistas do empreendimento imobiliário ali a construir. Carmona Rodrigues diz que não tem conhecimento que esses seriam terrenos reservados ao uso do TGV. A Secretária de Estado dos Transportes Ana Paula Vitorino desmente-o dizendo que ela própria o tinha informado do projecto em reunião com a CML.
- Outro “famoso” do “grupo da construção civil do SLB, conhecido pelo “Bibi”, arrasta a CML para outro escândalo com a urbanização da Infante Santo, depois de um outro prédio no Marquês de Pombal, construido com apoio de fundos do BES, estar embargado há vários anos por construção de pisos de caves ilegais – processos que só podiam ter acontecido com a cumplicidade efectiva da fiscalização da CML.
- Santana Lopes faz o negócio da sua vida com a permuta ilegal de parte dos terrenos do Parque Mayer pelos da Feira Popular, beneficiando a Bragaparques. A mesma empresa acaba por comprar de forma duvidosa em “hasta pública” os restantes terrenos. Santana é promovido a 1º ministro e desaparece do filme, junto com Durão Barroso.
- Helena Napoleão, directora do Urbanismo com PSL, recusa-se a devolver pagamentos indevidos que lhe foram feitos pela EPUL.

- o Tribunal de Contas promete investigar o processo do Túnel do Rossio, onde já foram gastos mais 7,5 milhões de euros do que os previstos 39,2 milhões. A propósito de trazer mais carros para o centro da cidade, numa altura em que se discute a poluição causadora da alterações climáticas: por onde andará o Audi A8 Triptonic do Santana que gastava 17,5 litros de gasolina aos 100 e que custou 62.500 euros à CML?
- A jóia da Coroa de PSL, rebenta já em 2006 - o processo que levou à construção de um novo casino em Lisboa e uma alteração à Lei do Jogo, feita em Dezembro de 2004 já após a dissolução do Parlamento, são dois casos que constam do chamado processo Portucale, cujo objecto central passa por suspeitas de tráfico de influências na aprovação de um empreendimento do Grupo Espírito Santo.
- no caso da Urbanização do Vale de Santo António toda a oposição camarária em bloco diz haver irregularidades e pede que o caso seja investigado.

Barroso, Rio, Carmona e Loureiro: todos diferentes, todos iguais - de visita às irregularidades no Metro do Porto: a falta de apoio dos fundos sacados ao património público já se começam a fazer sentir nos clubes do Apito do Norte. A propósito do Porto: por onde andará o ex-vereador Paulo Morais que não foi reconduzido pelo executivo de Rui Rio e até se deu à maçada de escrever um livro em que acusou preto no branco os serviços de urbanismo de Corrupção?

- Entretanto, a sul, por esta altura, os valores extorquidos à Câmara de Lisboa, já faziam Vale e Azevedo parecer um puto vulgar que andava a roubar chupa-chupas,,,
- Carmona Rodrigues nega quaisquer ilegalidades em novo processo em que a EPUL é acusada de ter pago 8,1 milhões de euros ao Benfica para a construção das infraestruturas dos ramais de acesso ao Estádio da Luz.
- a “Operação Furacão” atinge dezenas de Construtoras, entre elas as 3 maiores do país.
- Na sequência das denúncias do incansável vereador Sá Fernandes, a Policia Judiciária investiga a CML. No entanto, as investigações da PJ estão relacionadas com um pedido de inquérito feito em 2005 à Procuradoria-Geral da República pelo então presidente da Câmara Pedro Santana Lopes, na sequência de dúvidas suscitadas pela oposição e pela Assembleia Municipal de Lisboa em relação à forma como decorreu a hasta pública em que a Bragaparques comprou a parcela restante dos terrenos.
- Tentativa de corrupção com uma proposta na qual Domingos Névoa (Bragaparques) propunha pagar a Ricardo Sá Fernandes, irmão de José Sá Fernandes, 200 mil euros, para que o vereador deixasse de contestar o negócio do Parque Mayer. Entre outras provas, o MP apresenta gravações dos telefonemas entre o arguido e o advogado Ricardo Sá Fernandes.
- Carmona Rodrigues e Fontão de Carvalho (são apanhados nas escutas) e anulam in extremis convite para fim de semana em Trás os Montes feito pelo dono da Bragaparques.
- Jornalistas do «Sportugal» proibidos de falar com a Comunicação Social
- a vereadora do Urbanismo Gabriela Seara é envolvida, outra vez com a Bragaparques, em favorecimento ilegal no empreendimento “Estefanea Plaza”

- Janeiro de 2006: a maioria dos vereadores aprova uma solução de compromisso para a CML – todos estão de acordo que a Câmara está falida!. E culpados? Há? já não falar no retorno ao património da cidade, dos bens mal adquiridos – já que não há mais nada para roubar, o executivo deixou de ser aliciante. Ninguém parece interessado em oferecer-se para resolver o problema. Mas, “senhores-que-se-seguem, que diacho, os que vierem, ao menos dêem-nos uma ligeira lufada de honestidade, ok?

Fala-se dos juízes no futebol e parece que tudo o mais é um deserto! Mas sabemos que não é assim
Pedro Mourão, no artigo intitulado “Juízes, Futebol, Maçonaria e Opus Dei”

A escapatória do neoliberalismo tem estado na fuga para a frente através do investimento massivo na bolha imobiliária. Como não existe outra perspectiva rentável à vista, enterram-se literalmente as mais-valias em tijolos. Na vizinha Espanha, onde haverá eleições dentro de três meses para as Autarquias, o panorama não é muito diferente – a Corrupção atinge todos os partidos de governo.
.

quinta-feira, janeiro 25, 2007

o pópó do presidente gastava 17,5 litros de gasolina
por cada 100 quilómetros.
Quanto teria gasto o próprio presidente
nos quilómetros quadrados que deu aos patos-bravos?

clique na imagem para ampliar

um novo "homem forte" a pôr e a dispôr do espaço público
no país das leis para cumprir em exclusivo pelos bananas

Para além do fim para que foram criadas, (esconder os défices das Câmaras) - as "empresas municipais" têm servido para toda a espécie de falcatruas,,,

clique no recorte para ampliar e ler

quarta-feira, janeiro 24, 2007

Karl Marx











(biografia)


“Historicamente, a burguesia desempenhou um papel muito revolucionário. Sempre que teve vantagens, a burguesia pôs termo a todas relações feudais, patriarcais e idílicas. Quebrou impiedosamente as correntes feudais que ligavam o homem aos seus superiores naturais e não deixou outro elo entre os homens que o interesse pessoal, o empedernido pagamento a dinheiro. Afogou os êxtases mais celestiais de fervor religioso, de entusiasmo cavalheiresco e de sentimentalismo fariseu nas águas geladas do cálculo egoísta. Reduziu o valor pessoal a moeda de troca e , no lugar das inumeráveis e imutáveis liberdades colocou essa liberdade única e sem escrúpulos o comércio livre. Numa palavra, substituiu a exploração brutal, directa, desavergonhada e nua pela exploração velada por ilusões politicas e religiosas
A burguesia revelou como o brutal desenvolvimento da Idade Média, que os reaccionários tanto admiram, encontrou o seu complemento apropriado na maior indolência. Foi a primeira a mostrar o que a actividade humana pode causar. Conseguiu maravilhas superiores às pirâmides egípcias, aquedutos romanos e catedrais góticas; organizou expedições que obscurecem todos os antigos êxodos de nações e cruzadas

A burguesia não pode existir sem revolucionar os instrumentos de produção e, por conseguinte, as relações de produção bem como todas as relações sociais… A revolução constante de produção, a perturbação ininterrupta de todas as condições sociais, e a agitação e incerteza permanentes diferenciam a época burguesa das anteriores. Relações fixas e congeladas, com o seu séquito de opiniões e preconceitos antigos e veneráveis, são varridas e as novinhas em folha tornam-se antiquadas antes de ter tempo para se ossificarem. Tudo o que é sólido derrete-se no ar…”

do "Manifesto do Partido Comunista", 1848

terça-feira, janeiro 23, 2007

O escândalo das despesas militares no mundo!

Carta do leitor Gonçalo Tapadas Tavares, Ponte de Sor:

Para quê tantos Oficiais?

“Foi publicada na comunicação social uma noticia que pouco ou nada surpreendeu a opinião pública: os militares são aos magotes, os ordenados auferidos pelos três ramos das Forças Armadas (FA) são impensáveis e representativos do expoente máximo do despesismo orçamental e financeiro do Estado e, até mesmo, as funções das FA devem ser repensadas em prol de uma melhor distribuição dos fundos, afinal, provenientes das contribuições de todos nós.
Ao longo dos ultimos decénios, as FA tornaram-se numa elite restrita de oficiais, tenentes e demais designações de altas patentes do sector. A noticia de que existem 460 oficiais a mais configura uma extrema ilegalidade, perpetrada, silenciosa e faseadamente, ao longo dos últimos governos, prejudicando os contribuintes portugueses na sua globalidade. Acresce o dispêndio de fundos que esta situação implica: 250 milhões de euros para manter este quadro excedentário, o que representa 15 por cento do orçamento destinado a estas forças.
Assim, par alem de o próprio Estado fomentar uma ilegalidade, ainda paga para a a manter, e estes custos, inevitavelmente, serão cada vez maiores até ao final da vida deste quadro excedentário. Esta situação não só alerta para a discrepância em termos de salários face aos demais funcionários públicos, como nos acautela sobre os vencimentos, as reformas que estes mesmos oficiais beneficiarão até ao final dos seus dias. Deste modo, este número é crepitante e necessita a longo prazo de extinção de organismos e diminuição dos recursos humanos urgente para manutenção da ordem financeira do Estado, sob pena do aumento dos impostos sobre os mais desfavorecidos.
Perante ordenados que atingem mais de 5000 euros/mês, urge alterar o quadro de carreiras e proceder a uma diminuição rápida face ao número de oficiais. Na mesma medida se questiona o objectivo das FA e os seu serviço prestado, para além das funções associadas à NATO e a outras organizações multilaterais. O sector militar já perdeu a envolvência que o abraçou nas décadas de 60/70 e hoje configura um sorvedouro de fundos, com orçamentos a si destinados com aumentos muito acima da média.
(...) Para além de serem muitos os oficiais, as FA parecem ser um Estado dentro do Estado, e isso é inquietante”.

A globalização da “Guerra Colonial”

Portugal tem envolvido em missões no estrangeiro 896 militares mais os 183 da fragata Vasco da Gama que está ao serviço do Grupo Permanente da Nato no Mediterraneo.
Estas aventuras levaram a que em 2005 a execução orçamental da Defesa para as missões fora de Portugal tenha rondado os 71,8 milhões de euros excedendo largamento o previsto que era de 60 milhões. Já para não falar do resto do orçamento do Ministério da Defesa.

ler mais:
http://portugal.indymedia.org/ler.php?numero=71405&cidade=1

sábado, janeiro 20, 2007

Resumo do conteúdo do livro “Powershift” de Alvin Toffler














1ª parte – O novo significado do Poder

I - a Era do Poder
* o fim do Império
* Deus vestido com um sobretudo branco
* Fabricar maltrapilhos gentilmente
* Bombardeados pelo Futuro

II – Músculos, Dinheiro e Pensamento
* o Poder da Alta Qualidade
* Um milhão de interferências
* Factos, Mentiras e Verdades

2ª parte – a Vida numa Economia Super-Simbólica

III – para lá da Idade da Glitz (software, intercâmbio e multidisciplinariedade)
* os Comandos (da gíria militar) dos Negócios
* Dale Carnegie e Átila o Huno (Como evitar preocupação e começar a viver)
* os Consultores das missões secretas

4 – Força: a componente Yakuza (o submundo das Máfias, Inquisição,Tortura)
* Sangue e Dinheiro-que-Neva

(fonte: Amazon)

quinta-feira, janeiro 18, 2007

Segundo uma pequena “noticia” num cantinho do Publico, os EUA pretendem “estrangular” o investimento no petróleo iraniano:

1 - “Os Estados Unidos estão a realizar uma campanha para diminuir o investimento nos campos petrolíferos e de gás do Irão, o que ameaça a capacidade de Teerão manter as exportações, noticiou o diário norte- americano Los Angeles Times. A campanha norte- americana surge num momento unido de vulnerabilidade para a indústria do petróleo do Irão – que enfrenta um aumento no consumo interno de energia, isolamento internacional, e gastos populistas do Presidente, Mahmoud Ahmadinejad. O Irão exporta actualmente 2,6 milhões de barris de petróleo por dia. Apesar da nação tervastas reservas de petróleo e gás, a falta de investimento na modernização pode levar o Irão a enfrentar um cenário de escassez energética, segundo um estudo recente da Universidade Johns Hopkins. Os EUA têm levado a cabo esforços para dissuadir empresas e bancos de investir no Irão. “Muitos bancos europeus que tinham aceitado financiar alguns projectos petrolíferos começaram recentemente a cancelar”, afirmou ao LATimes o vice-ministro para as questões internacionais do Ministério do Petróleo Nejad- Hosseinian”

Tough moves on Iranians and Syrians in Iraq planned

terça-feira, janeiro 16, 2007

o Preço (in)Certo – as piruetas neoliberais pelo lado do anti-valor

Se Adam Smith (1723-1790) errou, ui ui, Marx então que, (segundo os(neo)Liberais, sem apontar qualquer ruptura nem dialéctica de evolução) foi um seu seguidor,,, desse nem falam; Vale a pena seguir-lhes o raciocinio: segundo Carl Menger, William Jevons e Léon Walras (quem?) a razão que leva a que as respostas dos “concorrentes” assumam valores de preços díspares para as mesmas mercadorias ou serviços é provavelmente o carácter subjectivo que o valor dos produtos tem para os individuos. Diferentes concorrentes tenderão a avançar com diferentes estimativas de preços do mesmo produto em parte como reflexo da diferente valorização que eles lhes atribuem – essa disparidade de preços é causada pela diferença de informação. Sendo assim, estas diferenças convertem-se em “oportunidades de negócio” para os intermediários e, os parasitas que se alimentam da ignorância alheia - funcionam como formigas que ao comprar onde é mais barato e vender onde é mais caro, regulam a equalização dos preços. Logo, o carácter utópico de calcular e controlar toda esta dinâmica dos preços derivada da complexidade da informação e a incerteza daí decorrente seria um dos grandes argumentos contra a planificação central em que o Estado assume um papel director da economia.

Algumas objecções:

1 – Os Liberais consideram as trocas comerciais como um estado natural que mais não são do que o resultado da reunião de individuos puramente egoistas, e ao mesmo tempo perfeitamente autónomos movidos pelo interesse pessoal de cuja actividade conjunta resultariam beneficios para toda a sociedade. Tudo isto se passaria ad-nihil, sem qualquer referência à propriedade dos meios de produção. Se a “riqueza das socidades em que reina o modo capitalista de produção se anuncia como uma “imensa acumulação de mercadorias”, como constata Marx na abertura de O Capital, é sobretudo e essencialmente porque as condições tanto subjectivas (as forças de trabalho) como objectivas (os meios de produção) do trabalho social em si mesmo se transformaram em mercadorias. Isto pressupõe, como Marx demonstra longamente, a expropriação dos produtores e a sua redução ao estatuto de “trabalhadores livres”, não tendo outra escolha que não seja de venderem a única coisa de que ainda são proprietários, isto é, a sua força de trabalho. Dito de outro modo, é nas relações de produção que jaz o segredo da formidável expansão da esfera da circulação comercial que caracteriza o capitalismo e de que este se orgulha: a segunda não é mais do que a aparência sob a qual se manifestam as primeiras.

2 – Marx teorizou sobre o trabalho alienado e a fetichização das mercadorias. Ambas conduzem ao consumo supérfluo induzido (pela publicidade e marketing) do que é necessário para engordar os intermediários em detrimento da produção dos bens essenciais que ficam inacessiveis a vastas camadas da população com direitos civicos e económicos adquiridos – e que não podem ser considerados desprezivelmente como meros “consumidores”

Leitura aconselhada: “O Erro fundamental de Adam Smith”, no LeMonde Diplomatique
http://www.monde-diplomatique.fr/2006/11/BIHR/14162

a Miséria da Economia
http://esquerda_desalinhada.blogs.sapo.pt/2566.html

segunda-feira, janeiro 15, 2007

¿a CHINA ABANDONA o DÓLAR?

Mas para já, para evitar que más novas que possam ser prejudiciais às bolsas circulem, o site de Hal Turner foi "hackeado": www.halturnershow.com/ChinaToDumpUSDollars.html

Fuentes de una delegación de EE.UU. en Pekín han contado al programa de Hal Turner que el Gobierno chino ha informado a funcionarios visitantes de la Administración Bush que se proponen descargar un Trillón de Dólares de EE.UU. desde las reservas de moneda de China y convertir esos fondos en euros!
Según se afirma, a China se le pidió que retuviera el anuncio hasta que cerraran los mercados de lingotes durante el fin de semana para impedir un repunte inmediato en los precios del oro y de la plata. Este retraso dará al mundo el fin de semana para considerar las acciones apropiadas en lugar de tener una reacción de sacudida de rodillas que podría ver el dólar de EE.UU.totalmente hundido en su valor. Según esta fuente superior, China dijo a la delegación de EE.UU. que ellos
ya no tienen fe en la divisa de EE.UU. por varias razones:

1.- El Banco de la Reserva Federal cesó de publicar en marzo los datos 'M3', haciendo casi imposible que cualquier persona sepa cuánto dinero en efectivo se está imprimiendo. China dijo que este acto hizo imposible decir cuánto vale un dólar.
2.- El dólar de EE.UU. ha perdido el 30% de su valor con respecto a otras monedas extranjeras en el pasado reciente, lo que significa que China ha perdido casi trescientos billones de dólares simplemente manteniendo dólares estadounidenses en sus reservas.
3.- EE.UU. no tiene ningún plan para reducir el gasto de déficit o la capacidad de pagar cualquiera de sus deudas existentes sin imprimir dinero para desembolsarlas.

Por estas razones China se ha decidido a poner en práctica una agresiva venta de dólares de EE.UU. antes de que el resto del mundo haga lo mismo. Según se informa, China dijo a la delegación de EE.UU. "somos los mayores poseedores de divisas estadounidenses, y si el resto del mundo descarga lassuyas antes que descarguemos las nuestras, perderemos nuestras camisas."A principios de esta semana, en un movimiento insólito, la Administración Bush envió a Pekín virtualmente a todo "el equipo A"
económico a visitar China para un "diálogo económico estratégico" en Pekín el jueves 14 y viernes 15 de diciembre. El Ministro de Hacienda Henry Paulson y el Presidente de la Reserva Federal Ben Bernanke condujeron la delegación, junto a otros cinco funcionarios de alto nivel del Gabinete, incluyendo al Ministro de Comercio Carlos Gutiérrez.
También está en la delegación la Ministra de Trabajo Elaine Chao, el Ministro de Salud y Servicios Humanos Mike Leavitt, el Ministro de Energía Sam Bodman, y la representante de Comercio de EE.UU. Susan Schwab. La Administración Bush deseaba conseguir la cooperación de China para impedir un hundimiento del dólar. El esfuerzo fracasó según dijeron en el programa de Hal Turner.
Según la fuente, el Presidente de la Reserva Federal, Bernanke, salió de la reunión "pálido y con un sudor frío" ya que las implicaciones de la decisión de China parecían hundirle.Las implicaciones son enormes: Es probable que se hunda en valor el dólar de EE.UU. contra el resto de las divisas importantes tan pronto como el próximo lunes 18 de diciembre. Esto ocasionaría una venta mundial de dólares, creando una hiperinflación casi inmediata en EE.UU. y también afectaría a los mercados mundiales a un nivel "peor que la gran depresión de 1929".

¿Los árabes al rescate?
¡En un extraño giro del destino, los árabes y la OPEP pueden venir al
rescate de EE.UU.!

Altos funcionarios de la OPEP dejaron claro que ellos también serían dañados severamente si se hundiera el dólar de EE.UU., e insinuaron que ellos "no estarían inclinados a vender petróleo a ninguna nación particular que ocasionara tal hundimiento intencionalmente." Esto fue una sutil amenaza velada a China, que depende fuertemente del petróleo de la OPEP para sus necesidades energéticas que se desarrollan rápidamente.
Incluso los funcionarios de la OPEP fueron muy lejos al decir "puesto que China carece de capacidad para proyectar su poder militar, las naciones de la OPEP no necesitan preocuparse de cualquier respuesta militar china a un corte de petróleo." Tales observaciones brutales y sinceras no sentarán bien a China; y es una señal de cosas siniestras para EE.UU.
Los árabes y la OPEP desearán algo a cambio de salvar a EE.UU. del
hundimiento económico y está ya especulado ampliamente que ellos desearán un
cambio completo en la política de respaldo de EE.UU. a Israel en Oriente
Medio.Si se hacen tales demandas por los árabes ricos del petróleo, a EE.UU. no le
quedaría otra opción que abandonar virtualmente al Estado Judío para
preservarse a sí mismo.

(fonte original)

domingo, janeiro 07, 2007

"Hoje em dia pode-se roubar tudo a um homem -até a morte. Rouba-se-lhe a morte com a mesma facilidade com que se lhe rouba a vida, a face ou a apalavra, que são coisas mais que tudo inestimáveis" - disse o contador de estórias à sua filha Ritinha.

De facto, não há muito tempo existiu no Reino do Mexilhão um imperador que na ânsia de purificar as palavras acabou por ficar entrevado com a paralisia da mentira. Ainda lá está, dizem. (...)

(...) GEROU-SE A CONFUSÃO
porque os especialistas trabalhavam, como é lógico, para o novo imperador, e a páginas tantas havia um comércio sombrio entre o Reino (ou a Torre) do Ermitão e o Reino a Sério, o real. Começava mesmo a perguntar-se onde começava um e onde acabava outro. Agora, contentes como ratos, os conselheiros errantes movimentavam-se na zona confusa, luzidios. As pilhas em botão cantavam-lhes ao ouvido, envolvendo-os em primavera.

Reza a História que Dinosaurus Um faleceu a tantos de tal, hora da Comarca dos Doutores, fulminado por uma síncope de amnésia. A dado instante esqueceu-se que estava vivo e pronto. Faleceu.
Os mexilhões comuns quando o foram espreitar à urna de cristal abanaram a cabeça: acharam-no demasiado igual ao retrato para ser verdade. (E assim, funcionavam ao contrário do antigo Guarda-Mor que não quis o Mestre com cara de Dinossauro; mas era de esperar, os mexilhões sempre foram e continuariam a ser espiritos de contradição...) Mais tarde, como o corpo estivesse exposto ao Reino por longos dias, os mesmos mexilhões debruçaram-se mais demoradamente sobre ele, rosnando pelo canto da boca (pareciam conspiradores) e fazendo olhares entendidos. Ninguém lhes tirava aquela da cabeça: o Imperador tinha sido trocado. O que ali viam era uma máscara, nunca um homem que contava dezenas de anos sobre a imagem do retrato oficial, séculos talvez.
Viraram costas chateados como perus.
Vendo-os partir, como de costume a caminho do mar, as mães agradecidas do Reino respiraram fundo aliviadas, mas sem perderem a compustura; o Guarda-Mor fez um sinal de liques aos besouros para que fossem atrás e investigassem; e as beatas populares, desdentadas, só peles, puseram-se a reprovar o comportamento dos mexilhões, abanando tristemente a cabeça e criticando-os por

FALTA DE EDUCAÇÃO, QUE GENTE, (...)

José Cardoso Pires, in "Dinossauro Excelentissimo", pag. 93

sexta-feira, janeiro 05, 2007

a democracia por um litro de água,

finalmente, a Escalada!

afinal era só um táxi,


(ler mais)

Portugal, Amado, Sionismo










O movimento radical libanês suspeita da identidade dos passageiros do Falcon português que transportou o ministro dos negócios estrangeiros de Telavive para Beirute e sugere um suposto envolvimento de Portugal no atentado que matou o ministro libanês da Indústria, Pierre Gemayel.
no Expresso

o melhor filme do ano

Falando do melhor cinema do ano que findou (misturado com ou sem pipocas), deixando de fora o melhor português: “Colossal Youth” (Pedro Costa), passando pela estética operática de “O Novo Mundo” (Terrence Malick), pelo libelo politico “The Wind that Shake the Barley” (Ken Loach) safando-nos do existencialismo lúdico de “Matcht Point” (Woody Allen), aprendeu-se muito mais com “Maria Madalena” (Abel Ferrara) ou de como os apócrifos da downtown nova iorquina se debatem entre dois amores: ou engolem a Fé como se fosse uma pilula de exctasy, ou só acreditam no caos organizado pelo pai Natal;

chegamos ao maior presunto da época: “As Bandeiras dos Nossos Papás” (Clint Eastwood) feito para ganhar massa, óscares e credibilidade; contudo a imagem emblemática de Iwo Jima baseia-se numa falácia: uma mediática encenação levada à cena em 1945 pelo fotógrafo americano Joe Rosenthal que é uma réplica fiel de uma escultura de um modernista italiano do principio do século XX, exposta na Villa Borghese da Roma libertada pelos aliados. Excepto se o blockbuster de hollywood tiver a intenção de (!) desmontar este equivoco fundador da compreensão do mundo americano no pós-guerra, chegamos assim ao melhor do ano:

A separação dos povos pelas diferenças de linguagens, pelas lutas politicas e mais um sem número de mal entendidos culturais são o tema de “Babel” um filme do mexicano Alejandro González Iñárritu (Amor Cão e 21 Gramas).

Segundo a lenda descrita na Bíblia os homens uniram-se para tentar erigir a torre de Babel num esforço conjunto da humanidade para alcançar o Céu, tentativa que enfureceu Deus, que os condenou a vaguear para sempre através da Terra falando línguas diferentes, condenados a nunca mais se entenderem. Até que um belo dia chegou a globalização, o fim das fronteiras para os investidores capitalistas e o drama para aqueles que ficaram presos dentro das antigas linhas de delimitação secular e pacientemente desenhadas pelos homens com miséria, arame farpado, suor, betão e sangue. Mas não é sobre essa velhas epopeias que esta Babel fala. (ver trailer aqui)

A narrativa faz a ligação entre três histórias diferentes sobre temas humanos profundos de personagens em regiões e condições distintas: um casal de americanos em viagem existencial por Marrocos (Brad Pitt e Cate Blanchett), a família da sua empregada doméstica mexicana metida (com Gael Garcia Bernal) em grossas alhadas “à la latina” na fronteira dos Estados Unidos e, finalmente, os causadores da tragédia que unifica a acção, trazida por portas travessas do super- industrializado Japão. O argumento é sem dúvida uma situação forçada pelo realizador, artificial e (1*) manipuladora, (nada disto nos soa a verdadeiro”, comenta o Observer, “tão ofensivamente irreal que parece Lars Von Trier”, diz o Guardian) mas cuja montagem dinâmica ao novo estilo de worldmovie traça de forma brilhante uma parábola verosimil ligando todos os grandes temas da actualidade que “normalmente” nos aparecem desfocados: armas, laxismo, atraso civilizacional, repressão politica, vidas arruinadas, riqueza, drogas, deseducação, sociedades ultra-tecnológicas, miséria, excesso de zelo policial – tudo filmado na óptica de todas estas pessoas com os seus sentimentos vulgares mais que comuns, embora de diferentes status sociais, aquelas que o espectador acompanha – para no final, em jeito de apoteose, lhe aparecer o resultado que todos também vemos normalmente nos ecráns das televisões que nos informam diariamente: o Terrorismo visto por uma fauna mediática de jornalistas e repórteres consoante os interesses que condicionam e manipulam (1*) essa outra montagem dos acontecimentos.

Babel é sobre as fronteiras que cada um de nós traz no seu interior e que são as mais perigosas: a forma de ver as diferentes verdades em que cada um pretende acreditar - o filme de Iñárritu que obteve o prémio em Cannes para o melhor realizador e está nomeado para 8 globos de ouro, merece da generalidade da critica tuga duas bolas pretas e um tom geral de indiferença, chegando um deles no suplementoY (do Publico) a falar de “lamentáveis sequências de exibição aculturada de um mundo global que se quer condenar”. Ou ninguém percebeu nada, ou não quiseram perceber – e então, quando receberem a noticia dos óscares lá vão ter de fazer o frete de rever estes “maleficios da globalização” com outros olhos, sem palas ideológicas.
Alejandro Iñárritu, depois das malvadezes sobre o futuro incerto com que aterroriza emocionalmente os espectadores mantendo-os contantemente em suspense, termina singelamente a pelicula dedicando-a simbolicamente aos seus dois filhos – aos nossos filhos, afinal as duas crianças da saga que acabámos de ver em tratos de polé; e já cá fora procuramos as razões do melodrama: o problema da moderna Babel que nos querem construir não reside nas dificuldades de linguagem, mas nos preconceitos que cada um de nós tem em relação aos outros que nos querem manter àparte. Ou, dito de outro modo fica o recado: se quer ser entendido primeiro escute.

quarta-feira, janeiro 03, 2007

 
Weblog Commenting and Trackback by HaloScan.com